Cinema

A delicada jornada emocional de Ligados pelo Amor

O amor está a espera de todos nós. Vamos encarar ou fugir?

Ligados pelo Amor (Stuck in Love) é um filme de 2012 nos cinemas norte-americano, mas não chegou as telonas do Brasil. Em terras tupiniquins, o longa foi lançado diretamente na televisão, em emissoras pagas. Quem perde são os cinéfilos de plantão, que não tiveram a chance de presenciar os delicados detalhes da jornada emocional de uma família.


Em Ligados pelo Amor, somos apresentamos a família Borgens. Bill (Greg Kinnear) é o patriarca, o qual cuida do filho Rusty (Nat Wolff). A filha, Samantha (Lily Collins), mora em outra cidade por conta da faculdade, enquanto a mãe da família, Érica (Jennifer Connelly), mora em outra casa e mantém um relacionamento com um modelo. Essa é a estrutura familiar que dá base para o filme. Os personagens travam entre si a confusão de amor familiar e também seguem batalhas solitárias, tentando entender a vida e os sentimentos.


Bill tem a certeza de que irá voltar com Érica. Ele não aceita a separação e, por conta disto, todas as noites vai até a casa da ex-esposa para vigiá-la. Ele se deleita com as brigas do casal, mas sofre a cada beijo ou carícia que também presencia.


Rusty é o filho caçula e tem um gosto peculiar para literatura - ama os livros de Stephen King. Apesar do gosto pela escrita de mistérios, o jovem escreve poesias e é apaixonado por uma linda jovem de sua sala: Kate. Ele é inexperiente no jogo do amor, mas o que mais deseja na vida é se entregar a paixão e viver intensamente cada minuto.


Samantha é a filha mais velha. Ela tem uma relação complicada com Bill, seu pai, pois ambos são escritores. Ele quer moldar a escrita da garota, mas ela livra-se das amarras e consegue publicar o primeiro romance sem a interferência do pai. Ela, ao contrário do irmão Rusty, tenta a todo custo se livrar do amor. Seguindo de bar em bar, ela deixa claro que só quer sexo e nada mais. Não quer se apaixonar, pois tem medo de sofrer novamente.

Já Érica, a mãe, é excluída da família. Por ter abandonado a casa para ter um caso com o modelo, Samantha não fala mais com ela e Bill tem uma grande mágoa no peito. Rusty ainda a ama, mas sofre sem a presença da mãe.


Mas os impulsos e ações desta família possuem motivações secretas que são reveladas ao decorrer do filme de forma tão bem planejada e bem dosada que, aos poucos, sentimos na pele tudo aquilo que eles passam: e entendemos todos eles.

O que poderia ser um grande clichê americano, pois contém briga familiar e romance juvenil, na verdade é uma obra prima de imagens, trilha sonora e diálogos que aparentam ser despretensiosos, mas que representam muito mais do que falam. Os detalhes estão ali: em um prato a mais sobre a mesa, no livro em que determinado personagem está lendo e até mesmo na música onde está tocando. O cenário do longa-metragem foi feito com todos os detalhes possíveis para criar uma atmosfera dramática que leva o telespectador às lágrimas antes de tomar consciência do que está ocorrendo.

Ao decorrer do filme, todos os personagens são obrigados a encarar o maior medo. Alegrias, tristezas e um final delicado encerram o filme.


Não seria justo terminar uma resenha deste filme sem destacar, com parabéns merecidos, as atuações de Logan Lerman (Louis), Kristen Bell (Tricia) e Lily Collins (Samantha Borgens) que elevam a qualidade do filme através de olhares, trejeitos e entrega aos personagens.

O filme está disponível na Netflix e é dirigido por Josh Boone, mesmo diretor de A Culpa é das Estrelas.

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