Séries & TV

Crítica: Supernatural - 12ª Temporada

Segunda metade salva temporada da mesmice

Falar de Supernatural já está tão velho quanto a própria série. Depois de 12 temporadas, muitas delas monótonas e cheias de fillers, o seriado estrelado por Jared Padalecki e Jensen Ackles começou sua temporada prometendo se manter na zona de conforto: Lúcifer (brilhantemente interpretado na primeira metade da temporada pelo astro Rick Springfrield) x Winchestrers, básico do básico para a série. Mas o hiato pós-Natal fez muito bem para os irmãos, baixando as ameaças ao mesmo tempo em que aumentavam os riscos. Como sempre, POSSÍVEIS SPOILERS A FRENTE.



Como já foi dito, a primeira metade da temporada começou confusa. Depois da resolução incrivelmente sem graça da 11ª temporada, Dean (Ackles) encontra um presente de Deus (Rob Benedict), sua mãe Mary Winchester (Samantha Smith), enquanto Sam (Padalecki) é sequestrado pelo braço britânico dos Homens das Letras.

Ao mesmo tempo, Crowley (Mark Sheppard) e Cass (Misha Collins) tramam para devolver Lúcifer (interpretado por três atores ao longo da temporada) para sua jaula antes que seja tarde demais.
Dean, Sam e Mary Winchester: o conceito de morte inexiste em Supernatural
Confusa demais, a primeira metade da temporada não sabia no que focar: o drama familiar dos Winchester, a rixa entre Caçadores e Homens das Letras ou o fato de Lúcifer estar habitando o corpo do presidente dos Estados Unidos da América (David Chisum), em uma alusão nada sutil a Donald Trump.

Bravos e destemidos foram aqueles que seguiram após o hiato e receberam um prêmio, já que as três tramas foram postas de lado, de certa maneira: Mary decidiu se afastar dos filhos para se acostumar com o novo mundo, os Homens das Letras passaram a ajudar dos Caçadores e Lúcifer se tornou prisioneiro de Crowley. O fio condutor do restante da temporada seria focado em uma trama A: ainda encarnando o presidente americano, Lúcifer engravida sua assistente (Courtney Ford) com um nefilim, mestiços de arcanjos com humanos e, claro, cabe a Sam, Dean e os estranhos Homens das Letras correr contra o tempo para cuidar disso tudo.
Rick Springfield brilhando como Lúcifer
Apesar de, por escrito, essa premissa parecer difícil de acompanhar, essa direção tomada pela série foi extremamente benéfica para Supernatural, deixando a temporada mais dinâmica e mostrando suas ramificações apenas nos últimos episódios da temporada.

A rivalidade e a desconfiança entre os Winchester e os Homens das Letras vai crescendo, tendo seu estopim no emocionante (em todos os sentidos da palavra) penúltimo episódio, capaz de satisfazer os maiores fãs dos filmes de ação estilo "brucutu" (com direito a lançador de granadas e uma certa frase de efeito inesquecível), ao mesmo tempo em que resolve, de maneira simples, a trama de Mary e seus filhos.
Mick (Adam Fergus) e Ketch (David Haydn-Jones): Homens das Letras da Inglaterra
O finale, como era de se esperar, tem o confronto inevitável preparado ao longo da temporada: Lúcifer (agora interpretado pelo sempre brilhante Mark Pellegrino), atrás de seu filho, enfrenta Sam, Dean, Mary, Cass e Crowley, algo semelhante ao que vimos na 5ª temporada, mas com reviravoltas muito maiores e perdas muito mais significativas (e, aparentemente, permanentes) para o lado dos irmãos.

Com uma criatura capaz de trazer o apocalipse ao mundo de vez sob seus cuidados, Sam e Dean devem inciar uma 13ª temporada carregada de responsabilidade: seguir o bom padrão da segunda metade da temporada, ou confundir e decepcionar os fãs com tramas fracas e clichês que permeiam a série desde o sexto ano.

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