Crítica - Superman: Entre a Foice e o Martelo mostra que política e heroísmo não combinam

Já imaginou como seria um Superman russo, comunista e influenciado por Stalin? Mark Millar o fez!


A Panini tem relançado muitos dos HQs clássicos que marcaram gerações. Com isso, temos novamente a chance de obter aquela peça "rara" a um preço justo, nos livrando das mãos dos mercenários livres. E um desses relançamentos é Superman: Entre a Foice e o Martelo,  onde o mestre Mark Millar conta de maneira sensacional, como seria um Superman nascido na União Soviética, durante guerra fria e tendo como camarada outro famoso homem de aço, Stalin.

O que muda?

A essência do Superman permanece a mesma, nave alienígena cai em uma fazenda, garoto a bordo é encontrado por humildes fazendeiros que o criam como filho. Contudo, ao invés de Smallville, a nave cai em Moscou e o Superman surge a principio como uma arma de Stalin, que o torna uma ameaça aos interesses dos Estados Unidos. Apesar de ter sua origem alterada, Millar recheia as páginas com os personagens da linha do tempo original, temos um diálogo entre cidadãos de Smallville onde Marta se vê indignada por haver um alienígena capaz de olhar através das paredes dos banheiros.

Mesmo com a mudança e, tendo trocado o S do peito pelo simbolo comunista. Superman ainda possui seu senso de justiça e preza pela vida humana, inclusive discordando dos métodos utilizados por Stalin (mas quem não?). Sendo criado em meio ao comunismo, sua visão politica e social são baseadas no socialismo. Assim, com a morte de Stalin o sonho comunista não poderia acabar. Então, Superman assume o posto de presidente da Rússia, apesar de te-lo negado a principio. E logo começa a expandir seus princípios ao redor do mundo.
Superman comunista?

Amigos e Inimigos

Não é somente o Super que tem sua identidade alterada, alguns dos personagens clássicos da DC também sofreram mudanças. Lex Luthor apesar de sua personalidade sociopata, não é de fato um vilão, mas se torna o maior rival do Superman. Sendo totalmente contra a utopia que ele deseja criar e logo sua obssessão se torna destruir o homem do amanhã. Além das semelhanças com Luthor "normal" nessa versão ele é casado com Lois Lane e seu parceiro (humano) é um velho conhecido de Clark, Jimmy Olsen.

A maior aliada de Superman em toda a sua jornada é a Mulher Maravilha, que também adota vermelho comunista com bandeira. E como aconteceu outras vezes, Batman se torna um rival de peso que forma alianças inesperadas, para acabar com os planos de Superman.
Batman Russo
Apesar de colocar o Superman do lado comunista, Mark Millar ao invés de criticar um lado ou outro, ele levanta alguns questionamentos. Seria bom para para o povo, alguém com super poderes controlando tudo a todo momento? Tirar a liberdade afim te proteger, esta correto? Usar de violência para impor seu ideal, é justo? Tudo isso se torna mais interessante, visto o cenário politico que estamos vivendo. Será que faz sentido justificar todas as ações de um grupo, só porque tem estão do mesmo lado que eu? Superman: Entre a Foice e o Martelo aborda temas políticos que são sempre atuais, é uma leitura excelente com uma ótima arte de Dave Johnson e Kilian Plunkett e com um plot twist de estourar os miolos!


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