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Blast from the Past: Power Rangers RPM

Relembre, ou conheça, uma das melhores temporadas dos heróis coloridos de roupa justa



Power Rangers. Quem diria que a franquia dos heróis coloridos que livram o planeta de ameaças alienígenas/demoníacas/futuristas/idealistas/o caramba a 4 chegaria à marca de 25 anos de existência com temporadas ocasionalmente bem escritas.
Inspirados pelas séries Super Sentai japonesas, muitas vezes os roteiristas adaptam as entradas japonesas de uma forma única, que faz parecer uma original americana. E esse foi o caso de Power Rangers RPM, uma das temporadas mais maduras, mais bem escritas e mais originais que eu tive o prazer em ver.

O FIM... ou quase isso

A titulos de esclarecimento: a franquia passou por três fases de produção: a original, feita pela Saban entre 1993 e 2001, que compreende Might Morphin, Zeo, Turbo, In Space, Lost Galaxy, Lightspeed Rescue e Time Force, a chamada Era Disney, quando a companhia comprou os direitos da franquia entre 2002 e 2010, envolvendo Wild Force, Ninja Storm, Dino Thunder, SPD, Mystic Force, Operation Overdrive, Jungle Fury e RPM, até que a Saban readquiriu os direitos dos heróis coloridos, inaugurando a chamada Era Neo-Saban, que começou em 2011 e dura até hoje, com a produção de Samurai, Megaforce, Dino Charge, Ninja Steel e suas respectivas temporadas Super.

RPM foi criada com o intuito de ser o series finale, já que a audiência não estava lá essas coisas desde Operation Overdrive, o que permitiu aos produtores serem bem criativos quanto ao que fazer para encerrar a franquia como um todo, resultando no plot que nos é relembrado na abertura de cada um dos 32 episódios.

Mundos opostos de mesmo entedimento

Enquanto sua contraparte japonesa Engine Sentai Go-Onger vinha com um plot sobre uma guerra em uma dimensão de máquinas gigantes com consciência chamadas de Engines e tais seres tiveram que formar aliança com os humanos para vencer a guerra, RPM apropria-se de um futuro pós-apocalíptico em que "Um vírus de computador (autoconsciente chamado Venjix) construiu exércitos e dominou nosso mundo, mas ainda há um lugar onde estamos seguros, a cidade protegida de Corinto, e a única esperança que nos resta são os Power Rangers RPM".

RPM se diferenciou por tratar com tamanha seriedade algo que é voltado para as crianças, ao, por exemplo, fazer referências a Exterminador do Futuro e Mad Max quanto à ambientação. Entretanto, o que surpreende é que os próprios Rangers questionam coisas comuns da própria franquia que nenhuma outra equipe se propôs a responder, considerando seu próprio universo, como "Por que as coisas explodem atrás da gente?", "Por que nossos Zords têm olhos?", "Por que a gente tem que gritar RPM, Get In Gear toda vez que é pra se transformar?".


Vale mencionar a sacada dos roteiristas em dar aos personagens a consciência de que, em um futuro onde eles serão a última esperança da humanidade, seus Zords são "animais veiculares", o que é bem fora de contexto dado o universo apresentado. Culpa da contraparte japonesa: Águia (Vermelho) - Leão (Azul) - Urso (Amarela) - Peixe (Verde) - Lobo (Preto) - Falcão (Dourado) - Tigre (Prateada) - Crocodilo - Baleia - Mamute - Tiranossauro Rex - Triceratops.

Os personagens mais reais de uma franquia

SPOILERS À FRENTE. LEIA POR SUA CONTA E RISCO. SIM, É SÉRIO.
Ao longo das, na época, de mais de 16 temporadas, existem casos em que os protagonistas, sejam eles Rangers ou não, passavam despercebidos/esquecidos pelo público devido à quase inexistência de desenvolvimento de personagem, uma razão para o telespectador se importar com ele. Felizmente, isso não acontece com RPM. Na verdade, essa é uma das temporadas mais reais quanto aos personagens da franquia toda.

Um ano antes de surgirem os Rangers (cena inicial do piloto), e dando continuidade a isso ao longo da temporada, Scott (Vermelho) (Eka Darville, o Malcolm de Jessica Jones) tem problemas com o pai devido à morte do irmão no primeiro ataque de Venjix, Flynn (Azul) (Ari Boyland) teve uma infância complicada por tentar ser o herói que ele sempre quis ser, Summer (Amarela) (Rose McIver, a Liv de iZombie) era uma típica patricinha até perder seu mordomo/melhor amigo e ser mais que isso, Ziggy (Verde) (Millo Cawthorne) teve que fugir da cidade porque roubou um caminhão com medicamentos da "máfia" para um orfanato.

Fora que a Doutora K (Olivia Tennet) criou a tecnologia Ranger para combater o vírus que ela mesma criou para tentar fugir do programa de inteligência secreta Alphabeth Soup e mantém um comportamento frio com os demais Rangers. E olha que eu nem falei ainda do principal plot da temporada, que é a busca de Dillon (Dan Ewing) pela sua própria memória, sua irmã e sua relação com Venjix.

De cima para baixo e da esquerda para direita:
Gem, Gemma, Ziggy, Summer, Flynn, Scott, Dillon,
Coronel Truman (pai do Scott) e um figurante.

E ainda tem mais coisa que eu não vou falar porque já apresentei coisas demais sobre isso. Caso esteja curioso, essa temporada, assim como todas as temporadas da franquia, está disponível na Netflix. Já ia esquecendo de dizer que eu adoro a sequência de morfagem:



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