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#VoltronFinalBattle - Motivos para assistir a animação da Netflix

Animação baseada no anime homônimo dos anos 80 receberá sua última temporada em Dezembro


Fruto da parceria da Netflix com a DreamWorks Animation, Voltron Legendary Defender (Voltron Defensor Lendário aqui no Brasil) é um reboot do anime dos anos 80 Beast King GoLion que ficou conhecido nos EUA como Voltron: Defender of the Universe/Defensor do Universo. Com sua última temporada chegando no dia 14 de Dezembro, aqui estão alguns motivos para dar uma olhada na animação (e se viciar imediatamente nela).

Storytelling

Quem lê a sinopse ou assiste o piloto pode até achar que a história não vai ser lá essas coisas, que será algo próximo da fórmula de Power Rangers, mas esse paradigma é quebrado logo no 3º episódio. Todo episódio se relaciona com a trama e a equipe é atenta à maioria dos elementos de plot, sem falar nos fillers que, além de serem engraçados e fazerem referência à cultura geek e ao próprio seriado, servem como foreshadow, colocando elementos (não muito óbvios na maioria das vezes) que indicam o que ainda vai acontecer na série.

Não sei se é proposital, mas eles utilizam muito do "jogo longo".
Arsenal, personagens, traços de personalidades, quando introduzidos, não são usados a todo momento. Eles deixam o elemento no ar para, ou esquecerem da existência dele, ou retornarem depois de muito tempo, quando o plot é conveniente a isso, o que irrita alguns fãs.

Por exemplo, um dos protagonistas conseguiu uma arma nova na temporada 5 que, até agora, não foi utilizada em batalha nenhuma, enquanto outro protagonista deixou um inimigo vivo na temporada 1 e eles retornaram com ele agora na temporada 7 para uma "revanche". É uma faca de dois gumes.

Personagens

Da esquerda pra direita:
Pidge - Hunk - Allura (fileira de cima)
Lance - Keith - Shiro (fileira de baixo)
Uma coisa que o roteiro faz primorosamente é desenvolver os protagonistas. Você sai do piloto com uma ideia fixa sobre cada um deles só para, no episódio seguinte, eles desconstruírem essa ideia e, honestamente, é uma das melhores sensações do mundo. Não é porque eles são protagonistas que eles não tenham problemas; pelo contrário, o fato deles serem protagonistas faz com que o roteiro apresente falhas neles e trabalhe em cima deles. Você compara o elenco na primeira temporada com a situação deles na sétima e a diferença chega a ser gritante.

RELATO DE FANBOY E POSSÍVEIS SPOILERS À FRENTE

A meu ver, Lance e Keith, a partir da 2ª e, principalmente, da 3ª temporada, foram os que tiveram maior evolução durante a série por meios completamente opostos. Enquanto Keith foi através de muito destaque e grandes atos (ele protagonizou alguns dos melhores episódios da série), Lance foi mais pelos bastidores, através do ato de estar lá e se importar; nada muito gritante em relação ao colega de equipe. É por isso que eles são meus favoritos (o que chega a ser sacrilégio, porque eu amo todo mundo).

Na verdade, como o arco de desenvolvimento do Lance não é muito gritante, muitos fãs dizem que o arco sequer existe e que o roteiro menospreza o personagem, o que é um erro grande. Se não podemos chamar de desenvolvimento a pessoa passar de "galanteador, mulherengo, metralhadora ambulante de cantadas" para "co-líder, digno de confiança, coloca a própria vida em risco pela segurança dos outros", honestamente, eu não sei o que é.

Dubladores

Por trás dos personagens, não importa se for a versão dublada ou original, existe gente competente e o trabalho é primoroso em ambos os casos. Nos EUA, temos Steven Yeun (o Glenn de The Walking Dead) como Keith, Jeremy Shada (dublador do Finn de Hora de Aventura) como Lance, Bex Taylor-Klaus (a Audrey de Scream) como Pidge, Josh Keaton (O Peter Parker da série animada O Espetacular Homem-Aranha) como Shiro, Tyler Labine (de New Amsterdan, o novo drama médico da NBC) como Hunk e  Kimberly Brooks (a Jasper de Steven Universo) como Allura.

Da esquerda pra direita: Josh, Steven, Bex, Jeremy e Tyler.
Senhoras e senhoras, os defensores do universo.
Enquanto isso, em terras tupiniquins, temos Raphael Rossato (a voz do Chris Pratt em Passageiros e os dois Jurassic World) como Shiro, Gustavo Pereira (o Nemo de Procurando Nemo e o Soluço da franquia Como Treinar o Seu Dragão) como Keith, Fabrício Vila Verda (Robin em Young Justice e Huguinho no novo DuckTales) como Lance, Pamella Rodrigues (Princesa Jujuba de Hora de Aventura e Agnes dos três Meu Malvado Favorito) como Pidge, Marcos Souza (Stefan de The Vampire Diaries) como Hunk e Sylvia Sallusti (Phoebe de Friends e Kate de Lost). Nomes de peso em ambos os lados.

Staff

A qualidade de uma série é reflexo das pessoas que a produzem. Com Voltron não é diferente.
Lauren Montgomery e Joaquim dos Santos, conhecidos no mundo das animações por seus trabalhos em Liga da Justiça sem Limites, Avatar: A Lenda de Aang e A Lenda de Korra, agem como showrunners. O sul-coreano Studio Mir, que trabalhou com Tartarugas Ninja e o já citado A Lenda de Korra, são os responsáveis pela animação.

Andrea Romero é a diretora da dublagem e tem no currículo passagens por Bob Esponja, Ben 10, Thundercats, A Lenda de Korra, Tartarugas Ninja, Jovens Titãs, Overwatch, Scooby-Doo, Batman, Superman, Liga da Justiça e muito mais. Com uma equipe dessas, não é à toa que as duas primeiras temporadas tem 100% de avaliação no Rotten Tomatoes e uma média de 8,3 no IMDb.

"Defensores do universo? Até que é um bom nome."

Todas as sete temporadas estão disponíveis na Netflix.
A oitava e última chega no dia 14 de Dezembro exclusivamente no serviço.
Bem, espero ter te convencido a dar uma chance a Voltron Legendary Defender.

Escreve para o GeekBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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