Séries & TV

A Explosão de Streaming, seu bolso está preparado?

Como anda o seu bolso? Está saudável? Aguentando bem os diversos serviços de streaming?



Antes era apenas o Netflix, aí veio o Prime Video junto com o Globoplay, por fora o Now, Claro Vídeo, Oi Play, Telecine e muitos outros, agora temos ainda o HBOMax, Disney+, AppleTV e Paramount+. Ter opções, para o consumidor, é muito bom, mas o seu bolso está preparado?

Antes, presos a telinha!

Aquela obrigação que tínhamos antigamente de ter TV por assinatura para que, assim, pudéssemos ter acesso há uma programação de "qualidade" está ficando com os dias contados. Já é percebido pelo mercado nacional que a cada semestre a quantidade de clientes neste meio caí cada vez mais.

Seja pelos planos cada vez mais caros - e com a repetição ad infinitum de seus filmes, programas e séries - seja pela falta de concorrência no setor, seja pelo fato do brasileiro médio ter se cansado de perder programas e/ou precisar ficar na frente da TV em determinado horário para ver algo na programação, faz com que a TV por assinatura fique cada vez antiquada onde antes era uma rainha absoluta.

O advento do YouTube, bem anterior ao da Netflix como conhecemos, fez com que o internauta percebesse que como cliente de um serviço, ele tem o poder de decidir o que assistir, como assistir e quando assistir, indo muito além daquilo que a TV por assinatura, e a TV aberta, tinham a oferecer e este mercado foi onde o Netflix entrou com força e abriu as portas para o universo do Streaming, seus filmes, séries e documentários ao alcance de um dedo.

No início, tudo era bom!

Quando veio o Netflix, a grande maioria dos estúdios vieram a fazer um acordo com a empresa e tivemos um verdadeiro boom no catálogo do serviço que, com o passar do tempo, foi definhando enquanto os próprios estúdios viram que o Streaming tinha espaço para vários players.



De um lado era ótimo ter tudo concentrado num só serviço. Pagava ali R$ 14,90 por quatro telas e FULLHD, compartilhava conta com metade da família e a TV por assinatura era deixado de lado. E era tudo de bom, pois, os dois mercados conviviam bem.

Claro que ter uma só empresa no controle desse acesso poderia virar um problema depois - aumentar o valor dos pacotes, diminuir a quantidade de filmes. E, ainda bem que isto não aconteceu, porque veio as outras empresas atrás de uma graninha neste meio.

O complexo caso do Streaming

Enquanto tínhamos tudo concentrado num só serviço, o consumidor no mundo inteiro, e no Brasil, ganhava e perdia ao mesmo tempo. Quando os estúdios e empresas perceberam que podiam ganhar uma grana, criando assim vários serviços de Streaming, a parte boa para o consumidor - que era ter quase todo o conteúdo dos estúdios num só lugar - começou a diluir e se dividir, e a parte ruim, que é a pulverização do conteúdo em vários serviços, se tornou a norma.



Mas, por que o caso é complexo? Se por um lado podemos escolher quais serviços assinar pelo seu conteúdo e poder cancelar quando quiser, diferentemente da TV por assinatura no qual você paga por um pacote onde boa parte dos canais são inúteis, e, na maioria das vezes preso há uma fidelidade, os serviços de Streaming estão se tornando, em parte, a nova TV por assinatura.

Onde antes tínhamos um conteúdo concentrado num só serviço, agora temos a Disney+ (com o Star+ em breve) concentrando todo o conteúdo da Disney, Marvel e Fox; o HBOMax com o conteúdo da Warner, Hanna-Barbera e HBO; Paramount+ com o conteúdo do estúdio do mesmo nome; o PrimeVideo em breve com todo o conteúdo do estúdio MGM, o Starz com o conteúdo da Lionsgate e não duvido que em breve o Peacock ficando com o conteúdo da Universal, a fragmentação dos conteúdos em serviços diferentes literalmente recria o cenário da TV por assinatura, mas com o poder do controle de como, onde e quando assistir por conta do assinante, sendo bom e ruim ao mesmo tempo.

Bom e ruim

Mas as duas coisas ao mesmo tempo? Sim, é só seguir uma matemática simples. Antes, somente com o Netflix se pagava R$ 14,90, lá no início, com vários estúdios oferecendo o seu conteúdo no serviço. Atualmente o plano mais simples do mesmo custa R$ 25,90 e com poucos estúdios no meio ainda.

Prime Vídeo tem vários filmes e séries da Universal e de outros estúdios ainda, por R$ 9,90. Disney+ R$ 27,90, Paramount+ R$ 19,90, HBOMax R$ 27,90. O plano mais simples da TV por assinatura - pegando aqui da Claro - fica em torno de R$ 109,90.

Assinando todos os serviços de Streaming, o valor final fica em R$ 111,50, levando em consideração que o plano mais simples do Netflix dá direito apenas há uma tela e resolução 480p, muito ruim para quem tem televisão 4K ou FullHD. Se a pessoa quer em FullHD, vai ter um aumento de R$ 14,00 e se quiser ter 4K vai ter um aumento de R$ 30,00 e vai ficar com o sinal de TV aberta.



Mas, claro, estou levando em consideração que a pessoa gosta de todos os filmes e séries de todos os estúdios, então vai pesar bem no bolso todo mês. Agora se a pessoa, em contrapartida, gosta apenas da Disney e da Warner, pode assinar os dois serviços e ficar de boa.

Ainda assim, essa pulverização do conteúdo de filmes, seriados, animação e documentários por múltiplos serviços está fazendo com que pessoas ao redor do mundo revejam os seus conceitos de como consomem o conteúdo de Streaming e se vale a pena ter a assinatura de dois ou mais serviços, que de tempos em tempos, aumentam preço e perdem conteúdo.

E aí, como anda a sua assinatura de Streaming? Está pesando no seu bolso?

Escreve para o GeekBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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