Cinema

Crítica: Babilônia - Uma grande confusão nos primórdios de Hollywood

Babilônia mostra a mudança do Cinema Mudo para o falado, com o exagero e o caos da década de 20.


Babilônia (Babylon) estreia no Brasil nessa quinta-feira 19/01, com um elenco de peso como Brad Pitt e Margot Robbie mostrando a transição do cinema mudo para o falado e, a ascensão e decadência dos atores na jovem Hollywood.


Babilônia em seus primeiros minutos faz jus a tradução hebraica do nome "Grande Confusão", com uma bela festa regada a álcool, drogas e sexo, para a nata da sociedade Hollywoodiana, um caos geral. Com uma paleta de cores entre o sépia, o dourado e o vermelho.


A produção mostra os bastidores da transformação do cinema mudo preto e branco ao cinema falado, decalcando as limitações tecnológicas, porém a facilidade de gravar vários filmes/produtos ao mesmo tempo, pois o que importava era as expressões, movimentação e luz em lugares aberto. É como popularmente dizemos "cômico se não fosse trágico", devido a exaustão física e mental dos envolvidos na produção, inclusive de forma insalubre.

Pra ajudar a contar essa histórias temos Nellie LaRoy (Margot Robbie), Manny Torres (Diego Calva) e o já renomado ator Jack Conrad (Brad Pitt). Nellie e Many são revelados após os incidentes da grande festa e se envolvem no mundo cinematográfico, ao lado de Jack, direta ou indiretamente.


Nellie e Jack vivem as dificuldades de saírem do cinema mudo para o falado, tendo que decorar roteiros e as diversas repetições de gravação. A forma que o som é inserido em tela, é um dos melhores momentos do filme. 
Com o passar dos anos, as mudanças pessoais de cada um em seu momento durante a ascensão do cinema, dão o tom do desenvolvimento da história, mostrando os exageros dos atores e diretores da indústria cinematográfica na década de 20.

Margot Robbie se consagra ainda mais como uma das maiores atrizes da atualidade de Hollywood, mostrando que se entrega em qualquer papel que se propõe a fazer.  Tobey Maguire como o vilão James McKay, que apesar de pouco tempo em tela, faz uma atuação marcante, e Jean Smart como Elinor, uma colunista de estrelas.

Tobey Maguire mostrando o que é uma atuação marcante

A trilha sonora  é por conta de Justin Hurwitz (La La Land), regada de muito Jazz (destaque para Jovan Adepo como o trompetista negro, Sidney Palmer), muita dança e batida.

Com mais de três horas de duração, na primeira metade o apelo cômico é muito forte, fazendo os telespectadores chorarem de rir, porém, a segunda metade é árdua e depressiva. O que determinará para parte do público como um filme cansativo, ou como um dos maiores trunfos (que foi o meu caso), que é a sensação dos sentimentos dos personagens transpassarem a tela para quem está vendo. Aquela alegria regozijada e extrema no início/constância de uma promissora carreira, e a sensação de perdição/tristeza com o passar dos anos dos personagens, e os altos e baixos da vida real.

Babilônia em meio a música, ao caos e ao exagero, homenageia grandes nomes do cinema diretamente ou indiretamente, com seus personagens.

Ficha técnica

Título: Babilônia
Título original: Babylon
Ano: 2022
Data de estreia: 19 de janeiro de 2023
Direção: Damien Chazelle
País: EUA
Duração: 188 minutos
Gênero: Drama
Classificação: 18 anos
Elenco: Brad Pitt, Margot Robbie, Tobey Maguire

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