Crítica: Escola de Quebrada - A Cultura da Favela!

Escola de Quebrada estreia amanhã, 03 de março, no streaming da Paramount+ em parceria com KondZilla . Nós do Geekblast já assistimos a jo... (por Polly Wannele em 03/03/2023, via GeekBlast)

Escola de Quebrada estreia amanhã, 03 de março, no streaming da Paramount+ em parceria com KondZilla. Nós do Geekblast já assistimos a jornada de Luan (Mauricio Sasi) para se tornar popular no ensino médio, no meio da zona leste de São Paulo.

A produção traz Luan em seu primeiro ano do Ensino Médio, cansado de ser "invisível" principalmente aos olhos de Camila (Laura Castro), decide que será "chave" (gíria popular para estiloso, legal...) e junto com seus melhores amigos Rayane (Bea Oliveira) e David (Lucas Rigui), Luan vai perceber que não é fácil se tornar popular.

Assistir Escola de Quebrada primeiramente é nostálgico pra quem cresceu no meio da periferia de São Paulo, pois retrata muito daquilo que vivemos lá, claro que de uma forma mais leve e atualizada para os dias atuais.

O filme em seu formato de comédia dramática retrata os problemas de uma escola pública, a diretora rude (muitas vezes necessário) para conter os alunos mais rebeldes, gravidez na adolescência, notas baixas e o amor por futebol nos campeonatos internos. Tudo isso abordado com gírias populares e pronome neutro.

Toda escola tem seus grupos, né? As meninas populares, os que fazem bulling - nesse renomeado como o grupo zueiro que utiliza a música como desafio -, os estilosos e claro os nerds (nosso trio principal). Além das figuras do inspetor camarada, que não consegue conter todos os alunos, e a professora legal/descolada.

Nossa protagonista além de narrar suas aventuras escolares, também lida com a realidade dentro da sua humilde residência, e se alguém tem família grande é pobre, sempre tem uma tia, uma vó, um agregado em casa. É aquele ditado: Em coração de mãe sempre cabe mais um.

Em casa, Luan vive a realidade da maioria das famílias brasileiras na favela, o espaço divido por muitas pessoas, com pais em seus trabalhos informais, lutando pelo pão de cada dia e sem luxo.

De forma sutil, polêmicas são abordadas, como a introdução de ex-presidário na sociedade e a venda de falsificados para os jovens de periferia, que se sentem pressionados a utilizar vestimentas de marca para se sentirem vistos, já que o produto em uma grande loja está muito fora da realidade financeira.

Escola da Quebrada exalta o que ainda é carente na produção aúdio visual brasileira, a Cultura da Favela, do pobre honesto, do adolescente sem tanquinho, do preto com seu cabelo natural. É merecido, é necessário.