O que é a série OZ?
Transmitida entre 1997 e 2003, OZ foi a primeira série original da HBO. Criada por Tom Fontana, a trama se passa na fictícia Penitenciária Estadual de Oswald (daí o nome OZ) e, mais especificamente, na unidade experimental chamada Emerald City, um espaço onde se tenta um modelo “reformador” de encarceramento.
Spoiler: não funciona tão bem.
Uma visão crua do sistema prisional
Diferente de dramas mais "polidos", OZ joga o espectador no caos do sistema prisional norte-americano. Violência, corrupção, racismo, vícios e jogos de poder são retratados com uma franqueza brutal. Nada é suavizado. Aqui, ninguém é completamente herói nem totalmente vilão. A série desconstrói a ideia de justiça ao mostrar como o sistema falha todos os envolvidos: detentos, carcereiros, e até os que acreditam estar no controle.
Personagens marcantes e atuações de peso
A série é um verdadeiro celeiro de talentos que depois brilharam em outras produções. Nomes como:
- J.K. Simmons como o aterrorizante Vernon Schillinger, líder neonazista.
- Harold Perrineau como Augustus Hill, o narrador quase shakespeariano da série.
- Christopher Meloni como o imprevisível Chris Keller.
- Eamonn Walker, Dean Winters, Ernie Hudson e outros nomes que se tornaram recorrentes na TV americana.
Cada personagem traz um dilema ético, moral e pessoal – e ninguém sai ileso.
O legado de OZ
Antes de Game of Thrones e Euphoria, a HBO apostou em OZ para mostrar que a TV podia ser tão ousada quanto o cinema – ou mais. A série pavimentou o caminho para que outras produções arriscassem narrativas adultas, complexas e provocadoras.
Em termos de representatividade, diversidade e crítica social, OZ estava à frente do seu tempo. E mesmo hoje, com mais de 20 anos desde a estreia, o conteúdo ainda é atual – o que diz muito sobre o estado das prisões e das tensões sociais.
Vale a pena revisitar OZ em 2025?
Sim. Mas prepare-se. Não é uma série para maratonar comendo pipoca. É pesada, intensa, e em muitos momentos desconfortável – mas é também uma aula de dramaturgia, narrativa e coragem criativa.
Se você gosta de séries que não subestimam a inteligência do espectador, OZ deve estar na sua lista. E se já assistiu, talvez agora, com outros olhos, a experiência seja ainda mais impactante.