Hamilton falou grosso e claro à AARP: não vai desperdiçar um único segundo tentando parecer mais jovem. O rosto que tem hoje, segundo ela, foi conquistado — e não polido, congelado ou reajustado em mesa de cirurgia. Ela mantém o corpo ativo, treina firme, mas não compra a fantasia da juventude eterna. É quase poético: uma mulher que passou a vida virando metáfora de força decide bancar a própria humanidade sem filtros.
Na nova temporada de Stranger Things, Hamilton vive a cientista-chefe das forças armadas que continua o legado do Dr. Brenner dentro da Hawkins em quarentena. Detalhes? Ela não entrega. Mistério é arma de guerra. Só admite que vibrou quando recebeu o convite dos Duffer: queria falar, queria gritar, queria contar pra todo mundo. O tipo de entusiasmo que só fãs de verdade ousam sentir.
Fora das telas, Linda toca uma vida pacata em Nova Orleans. Minimalismo, um cartão de crédito, uma existência que não exige mapa nem performance. Paz escolhida, não imposta.
Há algo revigorante nessa postura. Em uma Hollywood que abençoa agulhas e idolatra a “manutenção”, ela oferece um contraponto quase filosófico: envelhecer é parte da narrativa, não defeito de textura. Linda Hamilton não quer parecer a jovem Sarah Connor; quer ser a mulher que sobreviveu, cresceu, perdeu, ganhou e continua caminhando.
A última temporada de Stranger Things estreia em três volumes: 26 de novembro, Natal e véspera de Ano Novo. Se o mundo vai terminar em Hawkins, pelo menos termina com Linda Hamilton no comando.
E nada envelhece melhor do que atitude.
Fonte: THR



