Testamos a versão de Playstation 5, mas a experiência é essencialmente a mesma em todas as plataformas.
Jogabilidade: simples, dura e mal explicada
![]() |
| Okay, não precisa explicar muito, chega lá e atira |
StarLightRiders é um shooter vertical clássico, com cinco fases curtas que podem ser jogadas em qualquer ordem. Não há campanha narrativa de verdade. Você escolhe uma das duas personagens (idênticas, mudando só a cor) e segue atirando até o chefe da fase. Fim.
A nave possui:
- Tiro padrão, com disparo aberto
- Raio concentrado, mais forte e direto
- Bomba defensiva, que limpa balas próximas
- Habilidade de teleporte, cuja função nunca é explicada direito
Aqui surge o primeiro problema sério: o jogo não ensina quase nada. O jogador é jogado no caos sem tutorial, sem feedback claro e sem informações básicas sobre mecânicas importantes. Em um bullet hell, isso é praticamente um pecado capital. Ou então, é um jogo dos anos 1990 (lembra de Contra, rs)
Outro ponto estranho é que a nave desacelera sempre que você atira, especialmente usando o raio concentrado. Isso obriga o jogador a parar de atacar para conseguir desviar, quebrando completamente o fluxo natural do gênero. Parece decisão de design… mas cheira a bug.
Dificuldade inconsistente e hitbox problemática
StarLightRiders tenta ser desafiador — e até consegue —, mas de forma desorganizada. A dificuldade varia sem lógica, e algumas fases são mais fáceis que as iniciais. A fase final, ironicamente, é a mais curta e simples.
O maior problema técnico do jogo é a hitbox da nave. Ela é mal definida, inconsistente e confusa. Balas atravessam o jogador sem causar dano… até que, do nada, você perde vida sem entender por quê. Os satélites ao redor da nave às vezes parecem intocáveis, às vezes não.
Sem indicador visual claro de dano, o jogador só percebe que algo deu errado quando já está perto do Game Over. Em um shmup, isso mata qualquer tentativa de estratégia.
Visual e som: melhores que o jogo em si
Aqui o jogo acerta.
Os gráficos são competentes, com chefes bem desenhados e efeitos visuais chamativos. O visual anime agrada, mesmo com aquele leve “cheiro” de arte gerada por IA nas protagonistas.
A trilha sonora é excelente, claramente inspirada em clássicos japoneses do gênero. O único deslize é o volume baixo demais na mixagem, o que tira impacto de algumas batalhas.
É curioso: som e arte parecem de um jogo melhor do que o que realmente está ali.
Conteúdo raso e zero senso de progressão
StarLightRiders sofre de um problema grave: não há progressão real.
- Não existem power-ups
- Não há sistema de pontuação relevante
- Não há ranking
- Não há final
- Não há evolução entre fases
Você termina uma fase, volta ao menu. Termina o jogo, volta à tela inicial. Simples assim. Em menos de uma hora, você já viu absolutamente tudo.
O modo cooperativo local ajuda bastante e torna a experiência menos frustrante, mas não resolve a sensação de que o jogo é… incompleto.
Vale a pena?
StarLightRiders: HyperJump não é o pior shmup já feito, mas passa longe de ser memorável. Parece mais uma demo técnica ou um projeto de estudo do que um jogo finalizado.
Por US$ 4,99 nos consoles, é difícil justificar a compra quando há dezenas de shooters verticais melhores, mais profundos e mais polidos no mesmo preço — ou até mais baratos.
No Steam, por US$ 1,99, até dá para considerar como curiosidade. Ainda assim, é um jogo que se esgota rápido e não deixa vontade de voltar.
Veredito final
Um jogo bonito, barulhento e desafiador, mas vazio, mal explicado e tecnicamente inconsistente. StarLightRiders até tenta brilhar… mas acaba apagando rápido demais no vácuo do espaço.
Plataformas: Nintendo Switch, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S
Jogadores: 1–2 (multiplayer local)
Preço médio: US$ 4,99 (consoles) | US$ 1,99 (Steam)
Desenvolvedora: LunarCitySeven
Distribuidora: EastAsiaSoft






