Cinema

Crítica: Rei Arthur: A Lenda da Espada - Um filme Marvel Medieval

Longa entrete ao utilizar comédia e ação criativa

A figura do Rei Arthur dispensa apresentações, sua história foi contada e recontada diversas vezes nas mais diferentes mídias, de séries de TV a superproduções do cinema, se estiver curioso, cheque a página da Wikipedia sobre conteúdo baseado nas lendas Arthurianas, e perceberá o quão recorrente são as mídias deste universo.

A partir desta constatação parece estranho ou no mínimo repetitivo mais um filme de Rei Arthur, porém, como a figura histórica de Arthur é moldada por poucos fatos históricos e muitas interpretações e histórias sobre seus possíveis feitos, dependendo das mãos em que for entregue, essa história recontada pode ganhar um tom interessante, e é isso que vemos em Rei Arthur: A Lenda da Espada.

É comédia?

A primeira surpresa que o filme traz, é tentar fugir dos clichês dos filmes medievais sobre figuras históricas. Somos apresentados a um universo com situações dramáticas e de urgência, mas boa parte  das cenas possui um tom cômico presente, é possível até traçar um paralelo com a famosa Fórmula Marvel, o diretor utiliza o recurso dos alívios cômicos de forma repetida e muito competente durante o longa, o que combina muito bem com o carisma do protagonista.
Charlie Hunnam como Arthur


Motoqueiro Medieval

Charlie Hunnam entrega um personagem altamente autoral e longe do que inclusive, é esperado da personalidade de Arthur. Somos apresentados a um Arthur cômico, falante, desafiador, sedutor e muito carismático, que é responsável pela maior parte dos momentos divertidos e rouba a cena em diversas partes do filme, impossível não traçar uma paralelo com outro grande personagem de Hunnam, Jax Teller, da série Sons of Anarchy. Toda esta atenção e foco no protagonista, no entanto, gera personagens secundários pouco desenvolvidos e um vilão mediano, que mesmo interpretado por Jude Law, não consegue brilhar e se tornar memorável.
Charlie como Jax Teller em Sons of Anarchy

Ação criativa

Se o humor do filme pode ser um elemento polêmico, a qualidade das cenas de ação não deve gerar opiniões tão diversas, Guy Ritchie utiliza diversas vezes cenas aceleradas como forma de avançar e fazer saltos de tempo na história, o que funciona muito bem e evitam cenas desnecessárias no filme. A aplicação desta velocidade nas cenas de ação acaba por dar um tom muito característico ao filme, o que tira a genericidade das sequências de ação e lutas.

Bom Blockbuster

O longa parece não se preocupar muito com o fã mais dedicado ou cativo das histórias Arthurianas, ele mira algo mais descontraído, que possa ser assistido por um público bem maior que o interessado por histórias medievais. Toda esta sensação de descontração com boas cenas de ação e humor, faz o filme de mais de 2 horas passar relativamente rápido.


Conclusão

Rei Arthur: A Lenda da Espada é um longa diferente do esperado, muito mais cômico e descontraído do que os filmes de ação medieval, parece querer encontrar fôlego e distinção no meio de todas as mídias já produzidas sobre o icônico Rei. Se sai bem ao adicionar o humor aliado a um protagonista competente, mas desliza ao ter coadjuvantes esquecíveis.

Um dos maiores fatores para o espectador gostar ou não do filme, se relaciona com a tolerância a adaptações ou ao humor do filme. De qualquer maneira, o longa é um prato cheio para uma ida ao cinema.

Ficha Técnica

Nome:Rei Arthur: A Lenda da Espada
Nome Original: King Arthur: Legend of the Sword
Origem: EUA
Ano de produção: 2016
Lançamento: 18 de maio de 2017
Gênero: Ação
Classificação: 14
Direção: Guy Ritchie
Elenco: Charlie Hunnam, Astrid Bergès-Frisbey, Jude Law

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