Cinema Séries & TV

O aumento nos custos de produção de séries

Grandes custos na produção dos episódios é reflexo de uma tendência no mercado americano


Segundo o portal Variety, Stranger Things, uma das séries mais populares da Netflix, teve um orçamento de aproximadamente 6 a 8 milhões de dólares para a produção de cada episódio da 2ª temporada da série, totalizando entre 54 e 72 milhões gastos para a temporada completa.


Para fins de comparação, A Torre Negra, filme-adaptação do livro do Stephen King, custou US$ 60 milhõesMoonlight, vencedor do Oscar de Melhor Filme, teve um orçamento de apenas 1,5 milhão de doletas. Pode parecer muito, mas não se compara aos 10 milhões gastos em cada episódio de The Crown, também do serviço de streaming.

Esses valores estão tornando-se cada vez mais comum dentre as produtoras de conteúdo para a TV e os serviços de streaming. Atualmente, o custo médio de produções de 30 minutos com câmera única beira os 3 milhões ou mais por episódio, enquanto os dramas de 1 hora chega próximo aos 7 milhões. Em ambos os casos, mais que dobro do que era 5 anos atrás.

Capa da revista Variety desse mês destaca esse aumento
nos custos de produção, citando, principalmente,
os 15 milhões por episódio de Game Of Thrones
Cindy Holland, vice-presidente de conteúdo original da Netflix, acredita que isso é uma revolução na forma de fazer TV:
 "a TV não é mais como a conhecíamos, mas estamos vendo uma evolução realmente interessante acontecer. Está abrindo as portas para mais diversidade e progresso. E sim, teremos alguns fracassos aqui e ali. Mas, mais do que isso, a tendência a longo prazo está indo em direção a mudanças animadoras [...]".

Além dela, David Wells, chefe de finanças do serviço de streaming, acredita que os custos altos podem ser pagos (tradução adaptada):
"É possível conseguir US$20 milhões em uma hora na TV? Certamente. Se você tiver o número certo de pessoas assistindo, certamente podemos oferecer o nível de qualidade que se encontra na TV".

Apesar disso, outras pessoas veem o contrário, que um pequeno orçamento pode ser melhor aproveitado que um maior. Quanto a isso, Jenny Snider Urman, a showrunner de Jane The Virgin afirma:
"Sempre sinto que você trabalha melhor com algum tipo de restrição. Isso te força a ser criativo [...]". Ou algo sem motivo aparente, como diz a chefe de conteúdo global do YouTube, Susanne Daniels, referindo-se a 13 Reasons Why (tradução adaptada): "Na Netflix, um episódio custa US$ 5 milhões. Já fiz produções parecidas com US$ 2 milhões nos meus anos de WB (atual CW). É apenas 'interior de um colégio secundário' e 'interior de uma casa'. Não há razão para o que eles estão pagando".

Maureen Ryan, crítica de TV que também escreve para o Variety, em seu artigo, cita, principalmente Game Of Thrones, que conta com um teto de 15 milhões por episódio nessa temporada final, dentro dos padrões da HBO em relação a gastos, enquanto os canais abertos dos EUA (ABC, CBS, FOX e NBC) tem algo próximo dos 4,5 milhões, com até um milhão a mais, dependendo do seriado.

Em contrapartida, o analista da Wedbush Securities, uma firma de investimentos e análises de mercado, Michael Patcher, afirma que (tradução adaptada) "tudo isso é uma corrida de armamentos (dinheiro) e continuará dessa maneira até que alguém perceba que eles estão apenas batendo suas cabeças na parede e não estão indo a lugar algum".

Mas e você caro leitor, o que pensa disso tudo?

Fonte: Variety

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