Crítica: Um amor, mil casamentos – nem Sam Claflin foi capaz de salvar essa comédia do fracasso

Um amor mil casamentos comédia romântica da Netflix com Sam Claflin é sem graça, apresenta personagens medíocres e não consegue conquistar o público



Um amor, mil casamentos chegou na Netflix em 10 de abril, um filme que traz o retorno de Sam Claflin às comédias românticas, pelo menos foi assim que a plataforma de streaming propagou a comédia romântica em diversas plataformas. 
No entanto, quem estava esperando pelas lágrimas de "Como eu era antes de você" ou o revés de "Simplesmente acontece" não encontrou nenhum desses ingredientes na história apresentada.

Sinopse 

Diferentes versões de um mesmo dia se repetem para Jack, que tem que lidar com muita confusão e um possível romance na festa de casamento da irmã.


Pelo título eu esperava algo parecido com o Feitiço do tempo, filme de 1993 estrelado por Bill Murray e Andie Macdowell, uma vez que somente assim para encaixar 1000 casamentos numa narrativa. A próxima opção seria realizar um casamento comunitário, o que não foi o caso. Entretanto, nada disso acontece. Acredito que o filme começou a falhar quando não entregou o que prometeu, as inúmeras reviravoltas patrocinadas pelo destino ou, o retorno triunfal de Claflin. 

Apesar de se passar na Itália, um país com paisagens incríveis e passado muito bem conservado, grande parte da trama se desenrola num salão de festa, um desperdício em termos possibilidades artísticas. Aliás, toda a estrutura narrativa se apoia num evento que com o passar do tempo você se pergunta "porquê mesmo?". Visto que ao colocar todo o elenco num ambiente fechado muitos recursos narrativos foram desperdiçados, provocando escolhas duvidosas no decorrer da trama, além de não permitir soluções mais inteligentes. Se a intenção era causar tensão e conflito, não foi bem isso o que vimos enquanto a história era apresentada. 



Personagens medíocres

Não tem um personagem forte na trama. Todos são superficiais e com sérios problemas emocionais, alguns de caráter mesmo. Tem um cara que me deu nos nervos, pois seu personagem exigia explicações, queria fazer DRs em momentos inapropriados, além de criar comparações de baixo nível. Suas piadas eram de muito mau gosto.

Ainda, os momentos cômicos não convencem. Como o roteiro é baseado num evento que se desenrola em um dia a narrativa ficou amarrada a personalidade dos personagens. O que não colaborou muito com o ritmo a narrativa. Com isso o filme se torna embolado e sem sentido em diversos momentos. Especialmente quando acontece a repetição do evento segundo as alterações provocadas pelo destino, que também é um narrador onipresente.



Jack (Sam Claflin) nem de longe tem o carisma de Will, o que é bem decepcionante. Em “Um amor, mil casamentos” Claflin passa o filme inteiro tentando evitar um constrangimento no casamento da irmã, não tendo tempo de investir na sua própria vida amorosa. Seu amor do passado esta ali e ele não aproveita a oportunidade. Dito isso, o filme fica devendo cenas de puro romance.

Enfim, Um amor, mil casamentos não é nem mediano, tem uma história que não se desenrola e personagens que ninguém merece. Vamos ter que continuar esperando por um filme que esteja a altura do talento de Claflin.



Ficha Técnica

Nome: Um amor, mil casamentos
Nome original: Love. Wedding. Repeat
País: Reino Unido, Itália
Data de estreia: 10 de abril de 2020
Gênero: Comédia romântica
Classificação: 16 anos
Duração: 100 minutos
Distribuidora: Netflix
Direção: Dean Craig
Elenco: Sam Claflin, Olivia Munn, Freida Pinto, Eleanor Tomlinson, Joel Fry, Jack Farthing, Aisling Bea e Tim Key.

Kika Ernane, Karina no RG, e sou multitasking (agora que aprendi o significado do termo segura). Uma mulher como muitas da minha geração, que ainda não descobriram como aproveitar a liberdade que lutaram tanto para conseguir. Muito menos administrar todas as tecnologias disponíveis. Enfim, estou sempre aprendendo.


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