Cinema

Crítica: Para todos os Garotos – Agora e para Sempre traz uma narrativa adolescente previsível

Para todos os Garotos – Agora e para Sempre é uma celebração a história de amor de Lara Jean e Peter Kavinsky com todas as cenas clichês do gênero



O filme que encerra às aventuras amorosas de Lara Jean estreou no catálogo da Netflix dia 12 de fevereiro, dois dias antes do Valentine’s Day, um dos feriados mais conhecidos da cultura estadunidense. Afinal, Para todos os Garotos – Agora e para Sempre é um filme romântico adolescente perfeito para a data, já que traz como tema o amor à distância, tão recorrente no contexto histórico-social contemporâneo dominado pelas redes sociais, além de ser um imenso talvez quando os jovens entram na universidade. 

Sinopse

É o último ano do ensino médio. Lara Jean volta de uma viagem à Coreia e faz planos para a faculdade — com Peter e sem ele.

Lara Jean (Lana Condor), é a adolescente dos sonhos para 99,99% dos pais, estudiosa e família, enfim, o estereótipo da filha perfeita que Hollywood tanto ama. Que se apaixona por um garoto popular, ainda que Peter Kavinsky (Noah Centineo), já seja uma evolução do garoto mais desejado do colégio nesse estilo de narrativa. No filme ambos estão no último ano do ensino médio e enfrentando a possibilidade de ruptura, uma vez que podem entrar em faculdades diferentes. O que realmente acontece, pois, Lara não é aceita na mesma instituição que Peter conquistou uma bolsa. Assim, a história se desenrola a partir dessa problemática, estar perto de quem ama ou focar no próprio futuro. Que historicamente sempre foi uma questão mais feminina, posto que a mulher durante milênios o papel da mulher era casar e ser mãe.  



Além disso, Lara Jean tem como ideal de vida um casamento feliz como o de seus pais, que foi interrompido pela morte de sua mãe, levando a garota a refletir se deveria renunciar a uma grande história de amor para investir na carreira dos sonhos. Coisa que, acredito, ninguém deveria ser obrigado a fazer aos 17 anos.

Considerando esse cenário Christine, Madeleine Arthur, a melhor amiga da jovem Covey é uma personagem mais interessante. Pois, não se obriga a tomar esse tipo de decisão ainda na adolescência, além de planejar viver experiências antes de definir o que vai fazer pelo resto de sua vida. Se Christine está certa só o tempo será capaz de responder. Contudo, perder 2 anos de vida com autoconhecimento não é tão prejudicial quando estamos falando de pessoas que nem entraram na casa dos 20.



Josh cadê você?

Uma coisa que me incomoda desde o segundo filme é “que fim levou Josh, Israel Broussard?”, dado que ele mora na casa ao lado e foi um dos porquês do primeiro filme. E, por mais que a vida te leve para outros caminhos, não dá para apagar de sua existência uma pessoa que fez parte de seu desenvolvimento e, que, você vai encontrar diversas vezes. Afinal de contas, a proximidade é real, assim como não dá para fazer uma lista de horário e combinar para que o encontro não aconteça. Ademais, acredito que deixaria a história menos água com açúcar.

Portanto, se Para todos os Garotos – Agora e para Sempre é uma narrativa que finaliza a história das mulheres da família Covey, fazer de conta que Josh nunca existiu não foi legal, posto que até Margot, sua ex, se esqueceu do rapaz. Acho tão cruel esse habito de apagar da vida, uma vez que não faz sentido quando essa pessoa esteve presente em momentos importantes. Todavia, se foi alguém que causou feridas profundas é melhor jogar no limbo. Pois, não somos obrigados a conviver com pessoas que nos jogam para baixo. Aliás, isso vale para tudo na vida, inclusive parentes. #ficaadica



Seria Lara Jean a Molly Ringwald moderna?

Como personagem Lara Jean, Lana Condor, não é uma figura inesquecível, a propósito é típica heroína com a qual convivemos há séculos, a mulher idealizada criada pelo romantismo literário. Por isso, muitas vezes somos atraídos por outras personagens. Além disso, a presença de outros personagens aumentou no último filme, logo tivemos o final feliz do Dr. Covey, John Corbett, e cenas de Lara com seus amigos.

Antes de finalizar esse texto quero dar um destaque para a fotografia do longa, que não escorrega na identidade visual baseada nas cores azul e amarela. Visto que, todas as cenas são milimetricamente planejadas para criar uma atmosfera retrô, com músicas antigas e muitos tons de azuis adornando a tela. Isso pode ser percebido durante a viagem para a Coreia e o encontro de Lara e Peter não pista de boliche.

Enfim, considero que o filme Para todos os Garotos – Agora e para Sempre é uma celebração a história de amor de Lara Jean e Peter Kavinsky, com todas as cenas clichês que já tínhamos visto no primeiro longa da trilogia. Com suas demonstrações de amor inspiradas em filmes que cansamos de assistir na sessão da tarde, A Garota de Rosa Shocking mandou lembranças.



Ficha Técnica

Título: Para todos os Garotos – Agora e para Sempre

Título original: To All the Boys: Always and Forever 

País:  EUA

Data de estreia: 12 de fevereiro de 2021

Gênero: Romance, Comédia romântica

Classificação: 12 anos

Duração: 115 minutos

Distribuidora: Netflix

Direção: Michael Fimognari

Elenco: Lana Condor, Noah Centineo, Janel Parrish, Anna Cathcart, Ross Butler, Madeleine Arthur, Emilija Baranac, rezzo Mahoro, Sarayu Blue, John Corbett, Kelcey Mawema, Sofia Black-D'Elia e Henry Thomas


Kika Ernane, Karina no RG, e sou multitasking (agora que aprendi o significado do termo segura). Uma mulher como muitas da minha geração, que ainda não descobriram como aproveitar a liberdade que lutaram tanto para conseguir. Muito menos administrar todas as tecnologias disponíveis. Enfim, estou sempre aprendendo.


Disqus
Facebook
Google