Livros

Resenha: O diário da princesa

O livro que deu origem ao filme é, ao mesmo tempo, igual e totalmente diferente


Lançado nos anos 2000 nos Estados Unidos e traduzido para o português a partir de 2001, a série O diário da princesa, composta por 11 livros e cerca de 7 spin-offs, se tornou ainda mais popular devido a sua adaptação cinematográfica.

No filme, Mia Thermopolis é uma garota de 15 anos como qualquer outra. Ela mora com sua mãe em São Francisco, vai para a escola com sua melhor amiga, Lily, e tem uma crush pelo cara mais popular – que, obviamente, mal sabe quem ela é. 

Isso até sua avó, mãe de seu falecido pai, entrar em contato para contar a ela que Mia, na verdade, é a herdeira do trono de Genovia, um pequeno país europeu. Embora o livro tenha a mesma premissa, essa reviravolta de “Mia, você é uma princesa”, as coisas seguem de forma totalmente diferente.

Sinopse:

O romance que encantou milhões de adolescentes ao redor do mundo em uma edição de luxo. Lançado originalmente em 2000, O diário da princesa transformou Meg Cabot na rainha da literatura teen e inspirou um bem-sucedido filme da Disney estrelado por Anne Hathaway. Mia Thermopolis é uma típica adolescente americana que recebe uma notícia que vira sua vida de cabeça para baixo: seu pai é um príncipe e ela, consequentemente, uma princesa! Como única herdeira do trono da Genovia, sua vida muda completamente. Ela passa a ser abordada por paparazzi que invadem seu colégio e num passe de mágica se torna bastante popular. Porém, ainda longe de ser uma Cinderela, Mia logo se vê obrigada a deixar sua cidade e seu colégio para ter aulas de boas maneiras com sua avó, uma europeia tradicional. O que pode ser o sonho de muitas meninas está bem perto de se transformar em um verdadeiro pesadelo.

No primeiro livro de O diário da princesa, Mia Thermopolis tem 14 anos e está lidando com muita coisa – de acordo com ela mesma. Além de evitar confrontos, expressar pouco seus sentimentos para as pessoas e não ter autoconfiança, ela está com problemas em álgebra, seu professor dessa mesma matéria começou a sair com a sua mãe, Josh Richter – o garoto mais popular do colégio – não liga para ela e, para piorar tudo, seu pai decide finalmente contar para Mia que ele é o príncipe de Genovia.

E, bem, isso significa que, quando ele morrer, ela deverá assumir o trono. Se não bastasse isso, a garota começa a ter aulas de como ser princesa com a avó, Clarissa, uma das pessoas que ela mais desgosta.

Diferente do filme, a avó de Mia não é muito divertida nesse primeiro livro e pouquíssimas coisas acontecem. Ela não vai para a Genovia, não conhece pessoas importantes e nem nada disso; há apenas a escola, a avó e seus amigos.

Apesar disso, há muito mais personagens e o desenvolvimento delas é mais complexo, o que achei ótimo – principalmente o fato de Mia ser vegetariana e tão consciente de como suas ações afetam o mundo mesmo sendo tão jovem. Pelo que vi da sinopse do próximo livro, os detalhes a mais também contribuem para o desenvolvimento da série no geral, e parece que vai ser uma jornada interessante.


A linguagem de Meg Cabot é fácil de ler, bem simples e informal, e o único problema para mim foi a questão das gírias. Por ter muitas, a tradução se tornou datada, e acho que poderiam ter feito algo diferente para essa edição comemorativa de 15 anos, mas usaram a mesma. Por eu ter lido enquanto ouvia o audiolivro, também percebi que o tradutor – ou a editora – comeu não apenas frases, mas parágrafos inteiros que contribuem para o humor e a caracterização das personagens, o que é bem triste.

O audiolivro em inglês, por sua vez, é narrado pela própria Anne Hathaway, que faz a Mia Thermopolis nos filmes, e ficou ainda mais claro que ela foi a escolha certa para o papel! Divertida como nunca, ela consegue dar a entonação certa para as frases, fazendo com que a leitura seja mais engraçada. Acredito que, se não tivesse ouvido o audiolivro enquanto lia, o livro não teria me agradado tanto assim.


Em relação ao projeto gráfico, essa edição comemorativa de 15 anos é tudo para mim! A capa é dura e em tecido – como ganhei de aniversário da minha mãe há alguns anos, até cheguei a colocar em um plástico para não sujar –, e o miolo é em escala de cinza e rosa. A fonte escolhida é muito agradável e enorme, meu único problema foi para entender algumas equações matemáticas na letra cursiva de Mia, que era muito puxada, mas nada que atrapalhasse muito a leitura. Se pudesse, teria todos os livros da série nesta edição, todavia, provavelmente por ser caro demais, a editora só fez um especial para o primeiro volume.

Por mais que seja um livro infantojuvenil – e, portanto, as personagens tenham problemas que pareçam idiotas, como “ai, meu Deus, eu sou uma princesa, isso é horrível!” –, achei a leitura divertida e interessante. Quero muito ler os próximos da série e saber o que vai acontecer na vida de Mia e de seus amigos e familiares daqui para frente. A leitura, seja em formato escrito ou audiolivro, é muito recomendada para todos que são fãs dos filmes ou têm vontade de conhecer.

Ficha Técnica


Título: O diário da princesa
Título original: The princess diaries
Autor: Meg Cabot
Tradução: Ruy Jungmann
Editora: Galera
Edição: 1ª ed., 2015

Estudante de Letras – Português-Inglês na UFMG, mas mora em São Paulo. Amante de arte independente, mas vê tudo o que é mainstream. Assiste a filmes, séries e animes, mas também lê livros e ouve música o dia todo. Diz que quer ser escritora, mas nunca escreveu uma palavra na vida... Quer dizer, só algumas.


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