Resenha: Arlindo

Arlindo, da Ilustralu, foi publicado pela editora Seguinte em junho de 2021, e, desde então, só ouço falar bem. Infelizmente, a versão física, que deve ser maravilhosa, ainda estava com um preço salgado demais para o meu bolso, então aproveitei uma promoção de e-books e comprei o livro na versão digital mesmo.

Imediatamente, um pouco com o pé atrás por causa do hype, comecei a ler, e posso dizer que fui positivamente surpreendida. Em poucas páginas, Arlindo ganhou toda a minha atenção.

Sinopse:

Uma história sobre descobrir que a gente não tá só.
Arlindo é um garoto cheio de sonhos e vontade de encontrar seu lugar no mundo. Tudo o que ele quer é seguir sua vida de adolescente na cidadezinha onde mora, no interior do Rio Grande do Norte. Ele aluga filmes na locadora com as amigas todo sábado, sente o coração bater mais forte pelas primeiras paqueras, canta muito Sandy & Júnior no chuveiro, e ainda cuida da irmã mais nova e ajuda a mãe a fazer doces para vender.
Por mais que ele se esforce e dê o seu melhor, muita gente na cidade não aceita Arlindo — o que traz uma série de problemas na escola e até mesmo dentro de casa. Aos poucos, porém, ele vai perceber que vale a pena lutar para ser quem ele é, ainda mais quando tem tanta gente com quem contar.
Com um traço divertido, cores vibrantes e um monte de referências aos anos 2000, esta história em quadrinhos que já conquistou milhares de fãs na internet fala sobre encontrar forças nas pessoas que a gente ama e dentro de nós mesmos.

Arlindo, um adolescente do Rio Grande do Norte, leva uma vida comum. Vai para a escola, é cercado de amigos, ajuda sua mãe e canta Sandy & Junior no tempo livre. A única coisa que o incomoda – e o impede de viver uma vida assim tão normal – é o fato de as pessoas de sua cidade o rejeitarem por ser gay. Se não bastasse isso, seu próprio pai o maltrata o tempo todo na tentativa de fazer com que ele “se endireite”, e ele sofre bullying na escola por Téo e Hugo.

Apesar dos boatos, Arlindo nunca beijou ninguém. Mas quando o irmão de Téo, Pedro, entra em cena, seu coração passa a bater mais rápido. O garoto começa a andar com o grupo de amigos de Arlindo e não demora muito para que eles fiquem próximos. Será que vai ser só uma amizade ou pode ter algo a mais? E, se tiver, como lidar com isso?

Por ter traços fofos e cores brilhantes – amarelo e rosa marca-texto, azul marinho, preto e cinza –, não pensei que Arlindo fosse ser tão impactante. Ilustralu, além de uma ótima ilustradora, se mostrou também uma exímia contadora de histórias.

O quadrinho é tão divertido quanto é profundo e traz de volta, com muitas referências a filmes, séries, novelas e músicas, a realidade do Brasil de 2007 de uma forma que eu não pensei que veria. Embora a história fale muito sobre homofobia e eu, particularmente, esteja um pouco cansada desse tipo de narrativa, em momento algum achei mais do mesmo. Todos os detalhes que a autora decide abordar fazem com que Arlindo seja único.

Em suma, Ilustralu nos presenteou com um quadrinho lindo, recheado com mensagens de esperança, amor e fé, e vai encantar os corações de todos que, alguma vez, já se sentiram meio perdidos no mundo e acharam que nunca iria melhorar.