Crítica – Amor(es) Verdadeiro(s) – e a possibilidade de viver dois grandes amores

Com seções especiais a partir de 11/05, e estreia oficial no dia 18 de maio de 2023, Amor(es) verdadeiro(s), filme baseado na obra de Taylor Jenkins Reid, que também assina o roteiro, chega nos cinemas de todo o Brasil. Com Luke Bracey, Phillipa Soo e Simu Liu, o longa apresenta as duas histórias de amor de Emma, e nos leva a refletir sobre a possibilidade de amar intensamente mais de uma vez.

Sinopse

Emma (Phillipa Soo) volta para Massachusetts em uma tentativa de reconstruir sua vida depois que seu marido Jesse (Luke Bracey) desaparece em um acidente de helicóptero. Anos após o acontecimento, Emma reencontra seu antigo melhor amigo, Sam (Simu Liu), que sempre foi secretamente apaixonado por ela e eles se tornam inseparáveis. Recém-noivos, parece que a segunda chance de felicidade de Emma finalmente chegou. Até que um telefonema inesperado revela que Jesse está vivo. Completamente dividida, Emma se vê em uma situação dramática e inusitada: escolher entre o marido que imaginava estar morto e o homem que a fez sentir viva novamente.

Pessoas e relacionamentos mudam

Precisamos aceitar que, no geral, pessoas se transformam ao longo da vida, seja de maneira positiva, ou negativa, ainda que alguns insistam em permanecer os mesmos. Isso acontece, pois, somos impactados pelas situações que enfrentamos no decorrer da jornada. No caso de Emma, Phillipa Soo, foi a perda de seu marido e primeiro amor. A pessoa que sempre a apoiou e aceitou como era.

O relacionamento de Jesse, Luke Bracey, e Emma se desenvolveu a partir do encontro de duas pessoas com propósitos de vida similares, ele queria conhecer o mundo, e ela achava sua cidade pequena demais para seus sonhos. Juntos conquistaram o mundo e criaram uma rotina de viagens e aventuras que combinava com suas expectativas e anseios. Com a morte de Jesse, Emma viu tudo o que construíram juntos deixar de existir.

Ocorre que, durante o processo de se reerguer, entender que agora não teria mais seu amor e companheiro de aventura mudou a essência de Emma. Foi nesse momento de recalcular a rota que Sam, Simu Liu, seu melhor amigo do período escolar, volta a fazer parte de sua vida, e encontra uma mulher diferente da que conheceu. Uma pessoa transformada pelos desafios da vida. Mesmo sendo apaixonado pela garota que Emma foi, Sam, finalmente, consegue conquistar seu coração.

A escolha de Emma

Com o retorno de Jesse para sua vida, Emma precisa decidir com quem vai passar o resto de sua vida, acontece que escolher Jesse significa deixar de ser a mulher que se tornou depois de seu desaparecimento. A pessoa que sofreu com a perda de seu amor e da vida que conhecia até então, e que precisou começar uma nova história. Sobretudo, é renunciar a sua nova essência, não somente decidir quem ama mais. Afinal, Emma ama a ambos com a mesma intensidade. Lembrando que em Amor(es) verdadeiro(s) a questão do poliamor nem é mencionada, visto que não é sobre isso.

Enquanto, Emma precisa entender o que pretende ser pelos próximos anos de sua vida, Sam luta com a possibilidade de perder a mulher que amou durante toda a sua existência.

Já no caso de Jesse, é constatar que o motivo pelo qual seguiu sobrevivendo, no tempo em que estava desaparecido, não existe mais, uma vez que Emma se transformou em outra pessoa.

O filme Amor(es) verdadeiro(s) é uma narrativa sensível que fala sobre aceitar que pessoas mudam, e que nem sempre essas mudanças vão ser boas para todos. Todavia, o verdadeiro amor pode se adaptar às mudanças, para permitir que o outro seja quem deseja ser. Desde que também respeite a sua individualidade. Tudo isso por meio de uma história honesta e delicada sobre um tema que poderia facilmente recorrer a soluções fáceis.