Ambientado na Represa Billings e no bairro Cantinho do Céu, na Zona Sul da capital, AMARÉ narra a história de afeto entre uma mulher trans e uma mulher cis. A trama propõe um olhar sensível e cotidiano sobre o amor entre duas mulheres, desafiando estigmas e reforçando a ideia de que amar é também um ato político. Segundo dados do LesboCenso Nacional (2023), 79% das mulheres lésbicas já foram vítimas de lesbofobia no Brasil — o que torna iniciativas como esta ainda mais urgentes.
Após a estreia, o curta terá 12 exibições gratuitas espalhadas por bairros periféricos das quatro zonas da cidade. Os locais incluem Jardim São Luís, Capão Redondo, Vila Fanton, Cantinho do Céu, Vila Pirajussara, Cidade Tiradentes e Penha, garantindo o acesso à produção artística a públicos historicamente afastados dos grandes centros culturais.
A narrativa de AMARÉ se entrelaça à geografia da represa, que recentemente ganhou destaque com o lançamento do primeiro transporte hidroviário do estado. Essa conexão entre amor, território e mobilidade reforça o simbolismo da água como agente de transformação e aproximação.
Produzido com recursos do edital VAI II (2023), o curta reafirma o compromisso do Coletivo Queer com o cinema independente e com a representatividade de corpos dissidentes. O coletivo, sediado no Cantinho do Céu, já foi responsável pelo elogiado Vitória Trans, e agora aprofunda ainda mais seu diálogo com o território e suas múltiplas formas de expressão.
Sinopse oficial:
Como a água em suas múltiplas formas, o amor tem suas fases, se agita e se transforma. Em meio às águas da Represa Billings, um encontro inesperado mexe com a rotina de Lúcia, ancorada no presente, e de Safira, imersa em sua própria fluidez. O que começa como simples curiosidade se torna um convite ao desconhecido, um sentimento que cresce como ondas em um lago antes calmo. Para se entregar ao fluxo dessa paixão, será preciso deixar o medo se dissolver e permitir que seus corpos possam mergulhar juntos.