Séries & TV

Revisitando Séries: Sex and the City 27 anos depois, sob o olhar masculino

Em 6 de junho de 1998, o mundo conhecia Carrie Bradshaw — e nunca mais foi o mesmo


Hoje, 6 de junho de 2025 (motivo pelo qual solto este artigo excepcionalmente hoje, já que ele sai aos sábados), comemoramos 27 anos da estreia de "Sex and the City", a série que redefiniu o que era ser mulher nos anos 2000 — e também o que era ser um homem tentando entender mulheres nos anos 2000.


Como homem, assistir Sex and the City pode parecer, à primeira vista, como invadir um clube exclusivo com código de vestimenta: salto alto, cosmopolitan na mão e zero paciência para dramas masculinos. Mas a verdade? Tem muita coisa ali que ainda ressoa — e que todo mundo deveria assistir, sem medo de perder a "masculinidade".

Um guia não-oficial (e sem filtros) sobre o universo feminino



Ver a série aos 20 anos era uma coisa. Ver aos 30, outra. Mas ver Sex and the City pela primeira vez, como um homem, mesmo agora em 2025, é quase um experimento antropológico. Carrie, Miranda, Charlotte e Samantha não são só arquétipos — são espelhos de desejos, inseguranças, conquistas e, claro, muito drama com homens confusos (muitas vezes parecidos com você ou com seus amigos).

Carrie, por exemplo, escreve para uma coluna sobre relacionamentos e vive se sabotando com Mr. Big. Soa familiar? Já conheci muito cara que age igual a ele — inclusive, eu mesmo, em alguma versão passada.

Miranda, a advogada prática e cínica, talvez seja a personagem com quem mais me identifique. Sim, um homem se identificando com a Miranda. Pode isso, Arnaldo? Pode. Ela é racional demais às vezes, mas representa o medo real de se abrir emocionalmente.

Charlotte é o ideal romântico clássico que muitos homens acham que as mulheres ainda esperam — e se enganam.

E Samantha... bom, Samantha é a libertação total. Ela ainda choca. Mas ela também ensina. Sobre autonomia, liberdade, prazer e sobre não ter medo de envelhecer e continuar sendo dona de si.

Entre Cosmopolitans e choques de realidade


"Sex and the City" pode parecer datado em certos pontos — os celulares tijolões, as pautas pré-rede social, a falta de diversidade em alguns episódios. Mas o núcleo da série ainda pulsa forte: o dilema eterno de ser adulto, manter amizades, buscar amor (ou apenas sexo) e lidar com uma cidade que nunca dorme.

E falando como homem, é uma baita aula de escuta. De entender como as mulheres enxergam nossos gestos, nossos silêncios e nossas ausências.


Curiosidades e Polêmicas de "Sex and the City"


Porque nem só de Cosmopolitans vive Nova York

Se você achou que os dramas de Carrie e cia. se limitavam aos relacionamentos na série, prepare-se: os bastidores foram tão intensos quanto alguns episódios. Aqui vão alguns fatos que tornam essa série ainda mais lendária:

1. A treta real entre Sarah Jessica Parker e Kim Cattrall


Enquanto na série Carrie e Samantha eram melhores amigas (com algumas farpas ocasionais), na vida real a história era bem diferente. Kim Cattrall (Samantha) já deu entrevistas dizendo que nunca foram amigas de verdade e que não queria participar de uma nova temporada — o que explica sua ausência na série derivada And Just Like That….

2. Carrie tinha mais sapatos que falas


Não literalmente, mas quase. A obsessão fashion de Carrie não era só coisa de roteiro. Sarah Jessica Parker chegou a gravar mais de 100 cenas com pares de Manolo Blahnik, e a marca virou sinônimo da personagem.

3. Quase tudo foi filmado de verdade nas ruas de Nova York


Diferente de outras séries, Sex and the City foi gravada majoritariamente nas ruas reais de Manhattan — o que explica os figurantes aleatórios encarando o elenco em segundo plano.

4. O final da série ainda divide opiniões


Tem gente que ama, tem gente que odeia: Carrie termina com Mr. Big, depois de todas as idas e vindas. Muita gente (inclusive críticos) esperava que ela terminasse sozinha e realizada — uma quebra de padrão que teria envelhecido melhor.

5. Samantha roubava a cena


Mesmo sendo a mais escrachada, Samantha Jones era a favorita de muitos fãs. Kim Cattrall recusou várias vezes um spin-off só dela, mesmo sendo aclamada por dar camadas a uma personagem que, nas mãos erradas, poderia ter virado apenas um estereótipo.

E o legado? Ainda vale a pena assistir em 2025?



Sim. Porque Sex and the City vai além da sua estética fashionista (que, vamos combinar, tem uns looks duvidosos mesmo). A série criou espaço para conversas reais, mostrou que sexo não é tabu e que vulnerabilidade é força.

Mesmo que você torça o nariz nos primeiros episódios, vale insistir. Assista como quem quer entender — e não julgar. E quem sabe, ao final da sexta temporada, você também não esteja torcendo por Carrie (ou gritando com a TV porque ela voltou pro Big de novo...).

Onde assistir Sex and the City em 2025?


Atualmente, a série está disponível no catálogo da Max (tuturamente HBO Max), com todas as temporadas, além dos dois filmes e do spin-off "And Just Like That…" e os dois filmes. Uma ótima maratona para quem quer revisitar (ou conhecer) esse marco da TV.

Revisitando séries é a nossa coluna semanal que olha para trás com olhos de hoje. E às vezes, é preciso ouvir quatro mulheres em Nova York para entender um pouco mais sobre si mesmo.

Poeta, Bacharel em Radio, TV E Vídeo, Estrela, Editor e Co-criador do Papo Blast, Especialista em piada ruim, Viciado em séries e filmes, está mais perdido que Lost e acredita que Sharknado é um clássico subestimado mas vocês não estão prontos para essa conversa.


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