Primeiras impressões: ambientação que chama atenção 🌊
Confesso que, quando vi o trailer, fiquei intrigado pelo conceito de “brinepunk”: tecnologia movida à salmoura, armas brilhantes e cenários de uma civilização perdida no fundo do mar. Jogando, essa ambientação realmente funciona — há momentos em que a pressão do oceano e o design vibrante me lembraram BioShock, só que mais cartunesco e acelerado.
A trama, no entanto, é quase inexistente. Você é um Brinehunter enviado para investigar uma fonte eletromagnética misteriosa e acaba preso nessa cidade esquecida. O enredo serve como desculpa para atirar, e nada além disso. Para quem procura história, vai parecer raso. Para quem quer ação, é só pular no submarino e partir.
*** No final da leitura, tem um vídeo do gameplay ***
Combate frenético e personalização criativa
Aqui está o coração de Abyssus: o combate. O jogo é rápido, exige movimentação constante (aquele dash salvador de sempre) e coloca você contra hordas de inimigos aquáticos — de robôs movidos a cristais a anfíbios e répteis hostis.
- Armas: oito opções, todas com disparo primário e secundário. Tem de plasma a revólver, torretas e granadas.
- Bênçãos elementais: ao final de cada sala, você escolhe poderes como eletricidade, gelo ou escudo, criando combinações insanas.
- Mods e charms: são 124 modificadores e 40 amuletos que deixam cada run diferente. É possível criar builds que misturam dano, defesa e até loops de proteção infinita.
Jogar sozinho diverte, mas em coop com até quatro jogadores é onde o caos realmente compensa. Foi aqui que mais me diverti, principalmente quando a tela virava um carnaval de explosões submarinas.
O problema: quando a maré fica repetitiva
Apesar das boas ideias, Abyssus não mantém o fôlego por muito tempo.
- Cenários repetidos: depois de algumas horas, você percebe que está explorando os mesmos corredores com skins diferentes.
- Chefões desbalanceados: alguns ataques são praticamente impossíveis de evitar, o que gera frustração em vez de desafio justo.
- Bugs técnicos: inimigos presos em paredes, falhas de colisão e tiros que não registram são mais comuns do que deveriam. Nada mata mais a imersão do que perder uma run por causa de um glitch.
É aquele tipo de jogo que empolga nas primeiras sessões, mas perde frescor rápido.
Som e visual: bonito à primeira vista, esquecível no ouvido
Visualmente, Abyssus impressiona. O estilo vibrante e cartunesco combina bem com a ideia de energia marinha. Há fases realmente inspiradas, como a final, que parece saída de um sonho subaquático psicodélico.
Já a trilha sonora, composta por Rémi Gallego (The Last Spell), cumpre o papel de embalar as batalhas, mas sem entregar faixas memoráveis. Funciona, mas não marca.
Vale a pena jogar Abyssus?
Abyssus entrega momentos divertidos, especialmente em coop, com seu combate frenético e arsenal criativo. Mas sofre com repetição, bugs e falta de polimento, o que impede que alcance as profundezas de um clássico do gênero.
Para quem gosta de roguelites FPS e quer algo para jogar com amigos, pode valer o mergulho — só não espere encontrar um tesouro inestimável lá embaixo.
Conclusão
No fim, Abyssus é como uma expedição submarina: emocionante no começo, mas cansativa depois de algumas horas. É um jogo que brilha em curtas doses, ótimo para sessões rápidas com amigos, mas que dificilmente vai ficar na memória como um marco do gênero.
Confira o gameplay:
Post de Vladmir Nikolas