O jogo da Eastasiasoft poderia cair na tentação das velhas artimanhas de marketing — garotas semi-armadas e totalmente desnudas estampando capa de revista sci-fi — mas escolhe o caminho ousado: zero erotização, 100% gameplay. E isso, meu amigo, é a primeira vitória.
O pulso acelerado de um shooter moderno com alma retrô
Você seleciona uma entre três naves ferozes, cada uma com personalidade própria. A estrutura parece familiar: rolagem lateral, ondas de inimigos, chefes colossais, upgrades pingando. Mas o truque está no coração pulsante da mecânica: abraçar o dano.
O escudo funciona numa lógica quase filosófica. Ao sofrer impactos, ele entra em sobrecarga, multiplicando seu poder de fogo e abrindo a porta para um frenesi de pontos. É como se o jogo gritasse: “não fuja do caos; use o caos.”
E quando você aprende a dançar com essa lógica torta, o jogo revela seu brilho.
O ciclo viciante: apanhar, crescer, destruir, repetir
A cada run, você coleta projéteis azuis que mantêm o estado de ímpeto, transformando sua nave numa máquina de destruição compacta. Quebre o combo? Game over quase instantâneo. Felicidade e tragédia num piscar de olhos… como um bom bullet hell deve ser.
O ritmo lembra certeiramente jogos como Nioh 2:
- Áreas bloqueadas no início
- Progresso conquistado à força
- Dificuldade escalando sem dó
- Repetição que não cansa, porque é divertida
A cada tentativa, você aprende. E quando morre? Você ri e tenta de novo. Não há humilhação; só o desejo de mais uma rodada.
Visual, humor e charme
Nada de graficão cinematográfico. Schildmaid MX sabe onde brilha:
- cores vibrantes
- efeitos psicodélicos no espaço
- inimigos exagerados
- naves personalizáveis com skins adoráveis e debochadas
Não muda a gameplay, mas dá um tempero que combina com o caos colorido da proposta — pilotar “uma princesa chiclete” rumo ao abismo espacial é uma vibe deliciosa.
É curto? É simples? É ótimo.
Não tenta reinventar o gênero com 500 sistemas. Ele mira na veia: velocidade, precisão, adrenalina, repetição inteligente. Aquele tipo de jogo que você instala “só pra testar” e, quando percebe, já virou ritual diário.
Schildmaid MX é o filho bastardo entre o fliperama e o design moderno: respeita o passado, mas brinca com ele. Não é sobre gráficos, história ou T&A. É sobre mecânicas afiadas e diversão pura.
Veredito
Schildmaid MX é uma pequena joia indie — frenético, criativo e perigosamente viciante. Uma celebração do caos espacial onde apanhar é o primeiro passo para vencer.
Se você curte shooters com twist, é compra certa.





