Em meio ao tabuleiro explosivo de 2025, onde a Netflix já colocou US$ 83 bilhões na mesa e a Paramount respondeu com uma oferta hostil de US$ 108 bilhões, Iger manteve o distanciamento elegante de quem já passou por isso e sabe o preço. Ele recordou inclusive a compra da Fox por US$ 72 bilhões em 2017, negócio que hoje pesa na memória contábil da Disney.
Para Iger, reguladores nos EUA e na Europa precisam olhar com lupa um ponto específico: o impacto no consumidor. Ele questiona se a Netflix, ao absorver a Warner, não se tornaria capaz de impor preços que prejudicariam o público — algo especialmente perigoso num setor onde assinaturas globais já definem o ritmo da competição.
O CEO também destacou o efeito potencial no ecossistema criativo e, sobretudo, no cinema físico. Segundo ele, salas de exibição dependem de volume e relacionamento sólido com os estúdios para manter margens já apertadas. Qualquer reestruturação que concentre demais o poder pode desbalancear esse frágil organismo mundial.
Ainda assim, Iger evitou tomar lados entre Ted Sarandos/Greg Peters e David Ellison. Nem confirmou se a Disney irá se posicionar formalmente perante reguladores. Preferiu deixar no ar: “Sugeri apenas o que eles deveriam analisar.”
Com a guerra de lances ganhando tração — e a possibilidade de o governo Trump entrar no circuito — o bastão agora está com os reguladores. Iger, esperto, permanece apenas observando… de fora, mas bem atento.
Fonte: Deadline



