Datas que se repetem. Números que se alinham. Ciclos que insistem em voltar. Em IT, nada parece acaso — e isso ajuda a explicar por que a saga permanece tão viva no imaginário coletivo.
O nascimento de um clássico absoluto
Tudo começa em 1986, quando Stephen King publica IT, um de seus romances mais ambiciosos. Com 1.104 páginas, o livro não apenas se torna um best-seller imediato, como redefine o terror moderno ao misturar horror cósmico, trauma infantil e crítica social.
Mais do que um “livro assustador”, IT estabelece Derry como um microcosmo do mal humano — uma cidade onde o horror não surge do nada, mas se alimenta da indiferença.
1990: a minissérie que traumatizou uma geração
A primeira adaptação audiovisual chega em 1990, com a minissérie IT: Uma Obra-Prima do Medo. Exibida em duas partes, ela apresenta ao mundo um Pennywise que entraria para a história da TV: Tim Curry, carismático e perturbador.
Mesmo com limitações técnicas da época, a minissérie se tornou referência cultural e permanece disponível na HBO Max, funcionando hoje como uma cápsula do terror dos anos 90.
2017–2019: o terror conquista o cinema mainstream
Exatos 27 anos depois, IT: A Coisa estreia nos cinemas em 2017 e muda o jogo. O filme se torna um dos maiores sucessos de bilheteria da história do terror, provando que o gênero podia ser lucrativo, adulto e emocionalmente complexo.
Em 2019, IT: Capítulo 2 amplia o universo, fecha o arco do Clube dos Perdedores e consolida a franquia como a adaptação de terror mais bem-sucedida baseada em um único romance.
O número 27: coincidência ou maldição?
Aqui o terror sai da tela e entra no terreno do simbólico.
O número 27 é o coração da mitologia de IT — e sua recorrência é, no mínimo, perturbadora:
- Os ciclos de Pennywise acontecem a cada 27 anos.
- A narrativa passa por 1962, 1989 e 2016, sempre respeitando o intervalo.
- A primeira adaptação (1990) e o reboot cinematográfico (2017) também estão separados por 27 anos.
- Bill Skarsgård tinha 27 anos quando assumiu o papel de Pennywise pela primeira vez.
Stephen King nunca confirmou intenção matemática consciente em todos esses pontos, mas o padrão é claro o suficiente para alimentar teorias — e arrepios.
Stephen King e o universo conectado
Stephen King é mais do que um autor prolífico: é um arquiteto de universos. Traduzido para mais de 40 idiomas, com 62 romances publicados, ele construiu uma obra repleta de conexões internas.
IT: Bem-Vindos a Derry, ambientada em 1962, mergulha exatamente em um desses pontos sensíveis da cronologia kingiana, expandindo o que antes era apenas sugerido no livro e nos filmes.
IT: Bem-Vindos a Derry — o passado ganha voz
A nova série original da HBO, produzida por Andy e Barbara Muschietti, não apenas revisita o universo de IT, como expande sua mitologia.
Com oito episódios já disponíveis, a produção figura entre as três maiores estreias de séries originais da HBO Max, ao lado de The Last of Us e A Casa do Dragão. Um feito que confirma: Pennywise ainda sabe como atrair olhares — e medos.








