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IT: três décadas de sucesso e coincidências assustadoras que moldaram um fenômeno do terror

IT completa décadas de sucesso com coincidências assustadoras, ciclos de 27 anos e uma nova série que expande o terror em Derry.


Com a estreia de IT: Bem-Vindos a Derry na HBO Max, a franquia criada por Stephen King retorna ao centro da cultura pop e convida o público a olhar para trás. Não apenas para revisitar adaptações e números impressionantes, mas para encarar algo mais inquietante: as coincidências quase sobrenaturais que acompanham IT há quase 40 anos.


Datas que se repetem. Números que se alinham. Ciclos que insistem em voltar. Em IT, nada parece acaso — e isso ajuda a explicar por que a saga permanece tão viva no imaginário coletivo.

O nascimento de um clássico absoluto



Tudo começa em 1986, quando Stephen King publica IT, um de seus romances mais ambiciosos. Com 1.104 páginas, o livro não apenas se torna um best-seller imediato, como redefine o terror moderno ao misturar horror cósmico, trauma infantil e crítica social.

Mais do que um “livro assustador”, IT estabelece Derry como um microcosmo do mal humano — uma cidade onde o horror não surge do nada, mas se alimenta da indiferença.

1990: a minissérie que traumatizou uma geração



A primeira adaptação audiovisual chega em 1990, com a minissérie IT: Uma Obra-Prima do Medo. Exibida em duas partes, ela apresenta ao mundo um Pennywise que entraria para a história da TV: Tim Curry, carismático e perturbador.

Mesmo com limitações técnicas da época, a minissérie se tornou referência cultural e permanece disponível na HBO Max, funcionando hoje como uma cápsula do terror dos anos 90.

2017–2019: o terror conquista o cinema mainstream



Exatos 27 anos depois, IT: A Coisa estreia nos cinemas em 2017 e muda o jogo. O filme se torna um dos maiores sucessos de bilheteria da história do terror, provando que o gênero podia ser lucrativo, adulto e emocionalmente complexo.

Em 2019, IT: Capítulo 2 amplia o universo, fecha o arco do Clube dos Perdedores e consolida a franquia como a adaptação de terror mais bem-sucedida baseada em um único romance.

O número 27: coincidência ou maldição?


Aqui o terror sai da tela e entra no terreno do simbólico.

O número 27 é o coração da mitologia de IT — e sua recorrência é, no mínimo, perturbadora:

  • Os ciclos de Pennywise acontecem a cada 27 anos.
  • A narrativa passa por 1962, 1989 e 2016, sempre respeitando o intervalo.
  • A primeira adaptação (1990) e o reboot cinematográfico (2017) também estão separados por 27 anos.
  • Bill Skarsgård tinha 27 anos quando assumiu o papel de Pennywise pela primeira vez.

Stephen King nunca confirmou intenção matemática consciente em todos esses pontos, mas o padrão é claro o suficiente para alimentar teorias — e arrepios.

Stephen King e o universo conectado


Stephen King é mais do que um autor prolífico: é um arquiteto de universos. Traduzido para mais de 40 idiomas, com 62 romances publicados, ele construiu uma obra repleta de conexões internas.

IT: Bem-Vindos a Derry, ambientada em 1962, mergulha exatamente em um desses pontos sensíveis da cronologia kingiana, expandindo o que antes era apenas sugerido no livro e nos filmes.

IT: Bem-Vindos a Derry — o passado ganha voz



A nova série original da HBO, produzida por Andy e Barbara Muschietti, não apenas revisita o universo de IT, como expande sua mitologia.

Com oito episódios já disponíveis, a produção figura entre as três maiores estreias de séries originais da HBO Max, ao lado de The Last of Us e A Casa do Dragão. Um feito que confirma: Pennywise ainda sabe como atrair olhares — e medos.

Por que IT continua relevante?



Porque IT nunca foi só sobre um palhaço assassino.

É sobre ciclos de violência.
Sobre traumas que voltam.
Sobre comunidades que fingem não ver.
E sobre o medo como herança.

Três décadas depois, IT segue provando que o verdadeiro terror não envelhece — apenas muda de forma.

Poeta, Bacharel em Radio, TV E Vídeo, Estrela, Editor e Co-criador do Papo Blast, Especialista em piada ruim, Viciado em séries e filmes, está mais perdido que Lost e acredita que Sharknado é um clássico subestimado mas vocês não estão prontos para essa conversa.


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