Cinema Quadrinhos

Muito além de Logan: 6 histórias de Mark Millar no cinema

Autor de "Kick-Ass" e "Velho Logan" já viu seis de suas obras virarem filmes




Um dos maiores nomes da indústria dos quadrinhos, Mark Millar vem se tornando influente também no cinema. Atualmente publicando o segundo livro de O Legado de Júpiter, pela Image Comics, o escocês já viu sete de suas graphic novels serem traduzidas para as telonas, sendo Logan a mais recente. Abaixo, em ordem cronológica, você confere as contribuições de Millar no cinema.


O Procurado (2008) - adaptado de Wanted (2003-2005)




Lançado em 2008, O Procurado foi o primeiro livro de Mark Millar a se tornar um blockbuster, com direito a presenças de peso como Morgan Freeman e Angelina Jolie, além de alavancar à fama James McAvoy, que se tornaria, 3 anos depois, um jovem Charles Xavier em X-Men: Primeira Classe. Apesar de ser uma adaptação livre, o filme traduziu bem a premissa dos quadrinhos, além de adaptar com exatidão alguns quadros marcantes, como a impagável cena do teclado. Tanto filme quanto quadrinho foram bem aceitos por crítica e público e formaram o grande cartão de visitas de Millar para Hollywood.

Kick-Ass: Quebrando Tudo (2010) - adaptado de Kick-Ass (2008-2010)


Outro grande sucesso de Millar nos quadrinhos, Kick-Ass foi lançado em parceria com a Marvel e chamou a atenção por causa de sua história: do nada, um garoto normal decide que vai virar um super-herói, compra uma roupa de mergulho e sai pelas ruas tentando salvar os fracos e indefesos. Sua tradução para as telas, lançada pela Universal em 2010, fez ainda mais sucesso que O Procurado, chamando atenção do mundo para o diretor Matthew Vaughn, outro nome que sairia do Millarworld para X-Men: Primeira Classe. O filme conta com Aaron Taylor-Johnson como o protagonista e atuações inspiradíssimas de Nicolas Cage, Christopher Mintz-Plasse (o eterno McLovin) e Mark Strong, além de lançar Chloë Moretz para o mundo e mostrar, seis anos antes de Deadpool, que um filme de quadrinhos poderia ser engraçado, sangrento, sexy e auto-referente.

Kick-Ass 2 (2013) - adaptado de Hit-Girl (2012-2013) e Kick-Ass: Book 2 (2010-2012)


Lançado em 2013 com a promessa de aumentar o universo do filme original e relançar a carreira de Jim Carrey, Kick-Ass 2 cometeu muitos erros. A saída de Vaughn da direção acarretou em uma grande interferência do estúdio no trabalho de Jeff Wadlow, que precisou amontoar dois livros de Millar em apenas um filme, resultando no corte de diversos momentos chave da série, tornando o filme confuso e exagerado, que pouco lembra a orquestra sangrenta do primeiro filme e que não chega aos pés dos livros Kick-Ass: Book 2 e Hit-Girl, também lançados pela Marvel e considerados os melhores livros da série. O longa foi massacrado por crítica e público e enterrou os planos de adaptar o terceiro livro da série.

Kingsman: Serviço Secreto (2015) - adaptado de The Secret Service (2012-2013)


Dessa vez sem se intrometer no mundo dos superpoderes, Mark Millar decide brincar com os tradicionais filmes de espião estilo James Bond com The Secret Service, que conta a história de um agente da MI6 que tenta parar os planos de um multimilionário que quer erradicar a super-polução na Terra, criando um caos geral. Kingsman: Serviço Secreto segue o mesmo enredo, apesar de adaptar muitas passagens e premissas para encaixar melhor o filme no estilo que satiriza. Com mais uma direção maravilhosa por parte de Matthew Vaughn, o filme é montado com cenas memoráveis, como o massacre de racistas ao som de Free bird, do Lynyrd Skynyrd, a explosão de muitas (MUITAS) cabeças e atuações geniais de um elenco estrelado por Taron Egerton, Colin Firth, Michael Cane, Mark Strong, Samuel L. Jackson e Mark Hamill. Kingsman é, talvez, o primeiro caso de uma adaptação cinematográfica de Millar que saiu melhor que o quadrinho. Vaughn voltará à direção da continuação Kingsman: o Círculo Dourado, que estreia no segundo semestre de 2017.

Capitão América: Guerra Civil (2016) - adaptado de Civil War (2006-2007)


Uma das melhores histórias dos últimos anos na Casa das Ideias se traduziu para a tela como um dos melhores filmes de super-herói de todos os tempos. Lançada em 2006, logo antes da largada do universo cinematográfico da Marvel, Guerra Civil foi uma minissérie que mudou paradigmas nos quadrinhos da empresa, recolocou o Homem de Ferro como um dos protagonistas da editora e é, até hoje, considerada a melhor (e mais importante) saga de quadrinhos mainstream da década passada, derrubando obras como Grandes Astros: Super-Homem, Superman: Filho Vermelho (também escrita por Millar) e Justiceiro de Garth Ennis. No cinema, o arco serviu de base para o terceiro filme do Capitão América, reunindo quase todos os heróis que formam o universo Marvel nos cinemas, além de introduzir o Pantera Negra (Chadwick Boseman) e relançar o Homem-Aranha (Tom Holland). Dirigido pelos irmãos Russo, o filme relembra muitos momentos importantes dos quadrinhos, ao mesmo tempo em que cria uma narrativa completamente nova com os personagens que tem em mãos.

Logan (2017) - adaptado de Wolverine: Old Man Logan (2008)


É claro que não deixaríamos ele de fora! O último filme de Hugh Jackman como Wolverine se baseia, em partes, na história criada por Millar para a Marvel em 2008. Nos quadrinhos, os grandes vilões do mundo decidem se unir para matar os super-heróis de uma vez por todas e apenas Logan consegue escapar. O mutante envelhece e passa a viver pacificamente com sua família em um mundo desolado, até que os filhos do Hulk decidem acabar com a paz do carcaju, matando sua mulher e seu filho. Como resposta, Wolverine sai numa viagem sangrenta à la Kill Bill para vingar seus camaradas caídos. Já em Logan, que também conta com o mutante envelhecido e com problemas para se regenerar, temos uma adaptação brilhante da FOX e de James Mangold, que conseguiram traduzir toda a ideia e o drama da graphic novel, apesar de não poder contar com os heróis que estão em posse da Marvel. O longa, considerado um dos melhores dos dez filmes do universo X-Men, também coloca Logan na estrada, desta vez para ajudar uma garota a fugir de uma empresa que faz experimentos em mutantes. Assim como o quadrinho, o filme choca, emociona e cativa, sem dosar a violência e sem esconder a tragédia constante que foi a vida do mutante.

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