Cinema

Crítica: Tolkien – uma biografia morna que não se aprofunda

Tolkien é a cinebiografia que ignorou boa parte da vida do escritor que criou O Hobbit, estrelado por Nicholas Hoult e Lily Collins estreia dia 23 de maio


Quando descobri que estava sendo produzido um filme sobre Tolkien fiquei bem empolgada. Já faz algum tempo que li a biografia, por isso a expectativa era enorme. Porém, depois de 40 minutos assistindo o filme me senti enganada.

Tolkien é um escritor que criou uma língua, escreveu livros fantásticos e tinha uma obsessão pela perfeição. Mas, nada disso aparece no filme, porque eles resolveram focar na amizade e no amor. E o resultado foi um filme de sessão da tarde. O escritor merecia mais.




Sinopse
“Tolkien” explora os anos de formação do autor órfão ao encontrar amizade, amor e inspiração artística entre um grupo de colegas excluídos da escola. Isso o leva para a eclosão da Primeira Guerra Mundial, que ameaça acabar com a “irmandade”. Todas essas experiências inspirariam Tolkien a escrever seus famosos romances da Terra-Média.


O filme não apresenta nem ⅓ da vida do escritor. Faltou o processo de desenvolvimento de sua mitologia. Afinal, Tolkien, Nicholas Hoult, criou o seu próprio universo, pois queria que existisse uma mitologia inglesa.
Passou décadas até conseguir publicar O Senhor dos Anéis. Brigou com C.S.Lewis e entre outras coisas que não foram apresentadas no longa.
Em Tolkien, temos um filme melancólico e saudosista, que se preocupou mais em mostrar como a Guerra moldou a vida do escritor, do que apresentar a vida do mesmo. Até o romance com Edith, Lily Collins, ganhou mais importância que a personalidade peculiar do artista.
Ao escolher se concentrar na juventude do escritor, o filme peca por não mostrar todas as influências de suas obras. Afinal, Tolkien passou por duas Guerras, e não só uma, como foi apresentada. Sendo que ambas impactaram a vida e obra do escritor.



A sensação que ficou no final, o objetivo da história era mostrar como A Sociedade do Anel foi criada, sua origem, só que Tolkien, Nicholas Hoult, é muito mais que isso. Tanto que a sua esposa, Lily Collins, se tornou um personagem mais interessante que ele em determinados momentos. Por causa de alguns diálogos que apresentaram a falta de perspectiva para mulheres no início do século XX.
Acredito que o filme sofreu influências da Disney, apesar da compra só ter sido finalizada no começo do ano. O que vimos foi um filme morno com efeitos especiais que deixaram a desejar.

Ficha técnica

Nome: Tolkien
Nome original: Tolkien
País: Reino Unido
Data de estréia: 23 de maio de 2019
Gênero: Biografia, Drama
Classificação: 12 anos
Duração: 111 minutos
Distribuidora: Fox Film do Brasil
Direção: Dome Karukoski
Elenco: Nicholas Hoult, Lily Collins, Craig Roberts, Anthony Boyle, Patrick Gibson, Pam Ferris, Colm Meaney e Genevieve O’Reilly


Kika Ernane, Karina no RG, e sou multitasking (agora que aprendi o significado do termo segura). Uma mulher como muitas da minha geração, que ainda não descobriram como aproveitar a liberdade que lutaram tanto para conseguir. Muito menos administrar todas as tecnologias disponíveis. Enfim, estou sempre aprendendo.


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