Crítica: O Gambito da rainha – a série mais aclamada da Netflix em 2020

O Gambito da Rainha apresenta a história de Beth Harmon, Anya Taylor-Joy, uma órfã que se torna um fenômeno do xadrez enquanto luta contra seu vício













Tenho conhecimento zero em xadrez, mas assisti todos os episódios de O Gambito da Rainha, com o mesmo olhar voraz de Anya Taylor-Joy. Sério, aquele olhar que ela fazia em todas as partidas tornava a disputa mais intrigante. Em alguns momentos dava até medo, uma beleza de interpretação.












Sinopse

O Gambito da Rainha apresenta a história de Beth Harmon, Anya Taylor-Joy, uma órfã que se torna um fenômeno do xadrez, numa época que mulheres estavam começando a participar de competições. E não podiam comandar o próprio destino, imagina ganhar prêmios e enfrentar os maiores nomes da modalidade em todo o mundo. Baseado no livro The Queen’s Gambit, de Walter Tevis, o maior trunfo da série, além de apresentar o mundo do xadrez profissional, foi mostrar o contexto histórico-social feminino daquele período.

Levada para um orfanato depois que a mãe morreu num acidente, ninguém foi atrás do pai de Beth para que esse cuidasse da filha, como se a garota fosse responsabilidade somente da mãe. Assim, a garota cresceu numa instituição para meninas, lá teve contato com as drogas. Usadas para controlar o comportamento das crianças. Hoje parece absurdo, mas essas coisas eram muito comuns antes da declaração dos direitos das crianças e o politicamente correto mudarem o jogo. São questões para se pensar, logo o que mudou desde então?



A vida de Harmon muda quando aprende a jogar xadrez com o zelador do orfanato, que logo percebeu o talento da menina e providenciou que outras pessoas a conhecessem.

Sei que o foco da série é a luta da garota com as drogas, no entanto, as relações que acontecem ao longo de sua vida, são tão interessantes, ou até mais, quanto. É tanta gente jogando a garota de um lado para outro, como se ela não fosse nada. Afinal, foi abandonada pelos pais, o que esperar de alguém que ninguém quer? Que a questão das drogas se torna menor.

Para entender o que estou falando perceba como a mãe adotiva, Marielle Heller, é tratada durante a narrativa. Assim, como o desfecho dessa fase da vida da garota. São tantas nuances escondidas na história que um simples bocejo era suficiente para deixar passar detalhes importantes.



Além disso, a interpretação de Anya Taylor-Joy é tão maravilhosa, que apesar de seu tamanho ela domina a tela disputando partidas com várias pessoas ao mesmo tempo. Também experimentamos sentimentos conflitantes, uma hora você se compadece de seu sofrimento, em outras acha que é só uma bitch mesmo. Confesso, meu tipo favorito de personagem, aquele que amo e ódio simultaneamente.

Enfim, O Gambito da Rainha é uma série muito boa, com uma produção impecável. Aliás, para quem ama moda é um deleite aos olhos, pois, os modelitos de Harmon são incríveis. Só tem uns probleminhas históricos que prefiro não comentar sobre, portanto, quem conseguir passar por cima disso vai apreciar a série.













Ficha técnica

Título: O Gambito da Rainha

Título original: The Queen’s Gambit

País: EUA

Data de estréia: 23 de outubro de 2020

Gênero: Drama

Classificação: 16 anos

Duração: 7 episódios

Distribuidora: Netflix

Direção: Scott Frank e Allan Scott

Elenco: Anya Taylor-Joy, Bill Camp, Marielle Heller, Thomas Brodie-Sangster, Moses Ingram, Harry Melling, Isla Johnston, Christiane Seidel, Rebecca Root, Chloe Pirrie e Jacob Fortune-Lloyd



Kika Ernane, Karina no RG, e sou multitasking (agora que aprendi o significado do termo segura). Uma mulher como muitas da minha geração, que ainda não descobriram como aproveitar a liberdade que lutaram tanto para conseguir. Muito menos administrar todas as tecnologias disponíveis. Enfim, estou sempre aprendendo.


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