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Coletiva de Imprensa: Escola de Quebrada - A Cultura da Favela!

Participamos da Coletiva de imprensa de Escola da Quebrada para conhecer mais dessa obra cinematográfica nacional.



Escola de Quebrada
estreou no streaming da Paramount+ e junto com ela participamos de uma Coletiva de Imprensa com Kaique Alves, KondZilla e parte do elenco.

A Coletiva de Imprensa teve Thiago Torres como mediador,  o "Chavoso" da USP, em um bate papo leve e descontraído sobre essa produção original Paramount+ e primeiro longa-metragem do KondZilla.

Kaique Alves - Diretor

Kaique falou que ainda que tenha produções com o mesma tema, nenhuma representava uma escola de quebrada no meio da favela, e queria fazer isso de forma engraçada tendo como uma das referências Todo Mundo Odeia o Chris.

Quando perguntado sobre a produção se passar em São Paulo, o diretor se atentou ao máximo de detalhes possíveis pra trazer com propriedade a quebrada para as telas, a marca de roupa e tênis, o corte de cabelo, as gírias, etc...itens vivenciados por ele mesmo, forma de trazer grandiosidade para as coisas simples, que são grandiosas para quem vive na favela.

Geek Blast: "Apesar de ser retratado de forma leve, vemos alguns assuntos polêmicos para sociedade, como o tio sangue-bom que é um ex-presidiário que está de volta a sociedade, a questão de produtos falsificados e o uso de pronome neutro. Qual a importância de abordar esses assuntos em um 'filme de quebrada'?"

Kaique Alves: "A gente se preocupou em ter coisas da realidade. O sangue-bom foi inspirado no meu tio que morreu, ele foi preso no Carandiru e sobreviveu a chacina. Eu sempre tive altas conversas com ele, apesar dele ser do crime, ele sempre me dava bons conselhos. Era ele quem me tirava do que era errado, mesmo estando nesse universo. Eu quis fazer essa homenagem pra ele.

A galera na quebrada não tem dinheiro, só que todo mundo quer usar as roupas vendo aquelas marcas sendo citadas em músicas. Mesmo a galera que não tem condições, acaba indo pra esse lado, mesmo sem dinheiro não quer deixar de realizar um sonho, então ela corre pra esse universo. Infelizmente faz parte da vida real, e tínhamos que retratar isso. Não é um discurso para usar, mas é o que acontece.

Durante o filme a gente não se preocupou apenas com qual é a minha opinião, do Kond ou do roteirista, mas sim o que aquele personagem faria naquele momento ou como ele iria falar. Tem alguns temas que são baseados e abordados para o personagem."

Complemento KOND: "Tratar sobre esses temas para quem é dessa origem, sabe que são temas muito sensíveis. Com uma narrativa muito leve passamos a mensagem que a gente queria, porém de forma divertida, algo para alcançar bastante gente. Uma das funções do entretimento é passar algumas mensagens divertindo também."




KondZilla - Produtor


KondZilla falou sobre a quarta maior cidade do mundo retratar a favela nas telas e de como a produção tem potencial de ser um conteúdo internacional, principalmente para países de língua portuguesa como Portugal e Angola.

O produtor fala sobre como referência a Turma do Gueto, e elogia o olhar apaixonante pela periferia do diretor Kaique, e de como isso o cativou para fazer a parceria.

Maurício Sasi (Luan), Lucas Rigui (David) e Laura Castro (Camila) - Elenco Juvenil


Laura menciona o fato de ter uma produção na favela sem o derramamento de sangue, que é muito comum quando se retrata esse cenário. 
A atriz também mencionou como o ambiente acolhedor e a troca de experiências pessoais e profissionais fizeram a diferença na entrega do conteúdo final. E como era sua personalidade na escola: nerd e tentando se enturmar, diferente da sua personagem Camila. 

Mauricio e Lucas eram os nerds com boas notas, mas que falavam com todos, principalmente pelo curso de teatro.

Pathy DeJesus


Pathy fala sobre a nostalgia de reviver o cenário escolar, trazendo lembranças como ser alguém do limbo entre grupos, a que sentava no fundão mas tirava boas notas. E também de como prospectou aquele cenário para o seu filho, refletindo de como será pra ele esse universo anos no futuro.

A atriz também fala da representatividade de uma família estruturada com pai e mãe, pois elas também existem.




A Coletiva de Escola de Quebrada só evidenciou ainda mais o quanto essa produção foi feita com carinho e representatividade, visando retratar a Cultura da Favela nas telas. Diretor e Produtor esperam um grande sucesso e que isso abra portas para uma Escola de Quebrada 2.0 ou até mesmo uma série.

Acesse o Paramount+ e veja essa produção nacional!

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