A palavra carregada apareceu no comunicado oficial. Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, exaltou clássicos da Warner como Casablanca e Cidadão Kane, ao mesmo tempo em que reforçou que a empresa deseja manter a operação tradicional da WB, incluindo estreias cinematográficas. A promessa soa cautelosa, e Sarandos reforçou isso em teleconferência horas depois:
“Não considero uma mudança de abordagem. As janelas vão evoluir para serem mais amigáveis ao consumidor.”
A declaração acontece em meio ao receio generalizado da indústria. A Paramount Skydance, que tentou comprar a Warner antes, afirmou que a união daria vantagem “desproporcional” à Netflix, enfraqueceria o circuito de salas e aceleraria a migração total para o streaming.
A Cinema United (antiga NATO), associação dos exibidores, foi ainda mais direta: acredita que o negócio pode eliminar 25% da bilheteria anual dos EUA, já que a Warner é uma das principais fornecedoras de títulos para salas. Para o grupo, um verdadeiro compromisso com o cinema exige janelas de exclusividade robustas e marketing proporcional — algo que a Netflix historicamente não prioriza.
O acordo agora segue para análise regulatória. Hollywood observa de perto. A velha tradição dos estúdios encontrou a filosofia “tudo no streaming” da Netflix. O próximo capítulo dessa fusão vai dizer se as telas gigantes seguem iluminadas… ou se o futuro se estreita para caber em uma homepage.



