Cinema

Crítica: A Forma da Água, um conto de fadas de Guillermo Del Toro

Diretor de Pacific Rim traz sua visão de um conto de fadas



Um dos filmes mais esperados neste inicio de ano, A Forma da Água, finalmente chegou aos cinemas. O trailer do filme já estava pipocando nos cinemas desde setembro do ano passado, mas só agora ele chegou aos cinemas. Concorrendo a 13 estatuetas do Oscar e até agora já tendo conquistado 11 prêmios em festivais e premiações de sindicato, o filme é a menina dos olhos do diretor mexicano Guillermo Del Toro.


A trama do filme é ambientada em 1960, durante a corrida espacial nos Estados Unidos e mostra a rotina de Elisa (Sally Hawkins), uma faxineira noturna em um laboratório do governo dos EUA. Ela é tratada de maneira diferente por ter tido as cordas vocais destruídas ainda criança e por essa razão é incapaz de falar. A vida da personagem vira de cabeça para baixo quando ela se identifica com uma criatura misteriosa (Doug Jones), trazida da América do Sul pelo agente Strickland (Michael Shannon).


Del toro monta então uma história de contos de fadas, a princesa e o monstro vão passando as madrugadas juntos e se apaixonam.


O diretor já admitiu várias vezes ser apaixonado por criaturas fantásticas, e desta vez usou sua adoração pelo filme O Monstro da Lagoa Negra (1954), porém contou com uma parceria da roteirista, Vanessa Taylor, o filme ficou mais leve e com diálogos e narrativas que mostram toda personalidade dos personagens. Assim, é possivel conhecer bem até mesmo os personagens secundários e criar um vinculo com o amigo solitário Giles (Richard Jenkins), que ama filmes antigos e tortas, a colega de trabalho Zelda (Octavia Spencer) que é a tagarela e protetora, ou o Doutor Hoffstettler (Michael Stuhlbarg), um cientista preso em um mundo político.


Uma das categorias que o filme concorre ao Oscar é Roteiro original, porém, há um livro em pré venda. Acontece que o livro foi escrito concomitante ao roteiro do filme pelo escritor Daniel Kraus e promete ter uma pegada diferente do filme.


O filme também se destaca pelo belíssimo trabalho de design de produção, desde a criatura criada com semelhanças ao Abe Sapien de Hellboy, até as homenagens aos anos 1960 e o cinema da época. A fotografia do filme com um leve tom esverdeado nos momentos certos é um dos pontos que nos fazem entrar na história e um grande ponto forte.


A trilha sonora é outro ponto que merece ser destacado, como a personagem principal não fala, a trilha participa quase como um personagem secundário, o que faz com que a história torne-se ainda mais envolvente e cativante.


Para quem se interessou pela produção, vale a pena ler também o livro com as artes conceituais, essenciais para a criação da criatura e que também aparecem no filme.

Ficha técnica


Nome: A Forma da Água
Nome Original: The Shape of Water
Origem: EUA
Ano de produção: 2017
Lançamento: 1 de Fevereiro de 2018
Gênero: Drama, Fantasia
Classificação: 16 anos
Direção: Guillermo del Toro
Elenco:  Michael Stuhlbarg , Sally Hawkins , Michael Shannon , Doug Jones , Octavia Spencer


Pesquisadora em Têxtil e Moda; cinéfila; Potterhead e lufana. Adora escrever e dar dicas sobre seus filmes favoritos. Amante de boas histórias e personagens femininas que se impõe. Queria ter os poderes da Jean Grey, mas é apaixonada pela Jasmine. Nas horas vagas escreve sobre seus hobbies.


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