Tom Cruise retorna como Ethan Hunt em Missão: Impossível – O Acerto Final, a mais nova entrada da franquia que redefiniu o cinema de ação ao longo de quase três décadas.
Assistimos ao filme em uma cabine no dia 15 de maio, e com a estreia marcada para essa semana nos cinemas brasileiros, não poderíamos deixar de dividir com vocês as nossas impressões. O filme entrega uma experiência cinematográfica intensa, repleta de acrobacias insanas, espionagem de alto nível e, como era de se esperar, muitas reviravoltas.
Este novo capítulo se destaca não apenas pela ação eletrizante e pela performance incansável de Cruise, mas também por ser um elo com o passado da saga. Os fãs de longa data serão presenteados com referências visuais e narrativas ao primeiro filme da franquia, lançado em 1996, criando um efeito nostálgico poderoso. Além disso, o longa não tem receio de exibir cenas dos filmes anteriores, pontuando memórias importantes e aprofundando o drama de Ethan Hunt.
Com direção de Christopher McQuarrie, o filme amplia o escopo da narrativa, introduz reflexões mais densas sobre identidade, lealdade e consequências — sem perder a essência da franquia.
⚠️ Atenção: o filme contém cenas com luzes intensas e piscantes, que podem causar desconforto em pessoas fotossensíveis.
Neste artigo, você encontrará:
A volta de Ethan Hunt e a força da nostalgia
Desde o início, fica claro que O Acerto Final quer fechar o ciclo da franquia com respeito ao que veio antes, especialmente suas raízes. A ambientação lembra os tons mais frios e cerebrais do primeiro Missão: Impossível, e isso se reflete tanto na direção de arte quanto no tom das cenas de espionagem.
Há momentos que remetem diretamente às sequências icônicas do filme de 1996, como a famosa invasão ao cofre da CIA. Aqui, a homenagem vai além do visual: a motivação de Ethan, os dilemas éticos e as consequências de suas escolhas voltam a ganhar destaque, algo que estava mais diluído nos capítulos anteriores.
O roteiro aproveita bem esses resgates, reforçando as cicatrizes emocionais das missões passadas e ampliando o senso de urgência ao redor de Ethan. É como se o passado estivesse, finalmente, cobrando o preço de cada escolha — e essa carga dramática é muito bem-vinda, pois torna o personagem mais humano e vulnerável.
A ação continua sendo o coração da franquia
Se por um lado o filme traz momentos nostálgicos, por outro, ele não abre mão de entregar cenas de ação arrebatadoras, que continuam sendo a principal assinatura da série.
Tom Cruise, como sempre, dispensa dublês em sequências insanas, o que inclui perseguições em alta velocidade, confrontos corpo a corpo em locais apertados e uma sequência de mergulho que desafia a física. A tensão é constante, e McQuarrie sabe como construir ritmo mesmo com um filme mais longo do que o habitual.
Talvez o filme pudesse ser um pouco mais curto, especialmente nas cenas que repetem explicações, como as que recapitulam elementos dos filmes anteriores. É útil ter as lembranças visuais, mas quantas vezes é necessário voltar para mostrar a mesma coisa?
A trilha sonora mantém o clima de urgência e perigo. Como nos capítulos recentes, a ação nunca é gratuita: cada sequência tem um papel narrativo claro e contribui para a evolução emocional dos personagens.
O escopo da narrativa é amplificado com locações em geleiras, cidades europeias e instalações de alta tecnologia, reforçando a ideia de que Ethan está enfrentando sua missão mais complexa — e mais pessoal — até aqui.
Equilíbrio entre grandiosidade e risco
Apesar da imponência e da execução competente, O Acerto Final não está livre de falhas. Algumas decisões narrativas soam excessivas — especialmente nos diálogos mais explicativos e nas tentativas de conectar todos os elementos da mitologia da franquia.
O ritmo, por vezes mais sombrio e lento, pode frustrar quem esperava a leveza e fluidez de Nação Secreta ou Efeito Fallout. Ainda assim, essas escolhas têm um propósito: o filme assume um tom mais sério e introspectivo, refletindo a gravidade da ameaça enfrentada por Ethan.
Diferente do que se esperava de um possível “prelúdio” ou “parte um”, este é um filme com estrutura narrativa própria, começo, meio e fim. A trama não oferece muito espaço para respiro, com cortes dinâmicos que empurram a história para a frente. Afinal, Ethan e sua equipe estão correndo contra o tempo para impedir que a Entidade — uma inteligência artificial rebelde — coloque em prática um plano nuclear apocalíptico, onde apenas ela sobreviverá, sob a ilusão de estar “salvando” o mundo.
Em um mundo onde as inteligências artificiais avançam rapidamente, é intrigante assistir a um filme que sempre foi pautado por ficção extrema agora parecer mais plausível do que nunca.
Ficha técnica do filme
Título original: Mission: Impossible – Dead Reckoning
Título no Brasil: Missão: Impossível – O Acerto Final
Data de lançamento (Brasil): 22 de maio de 2025
Direção: Christopher McQuarrie
País: Estados Unidos
Gênero: Ação, Suspense, Espionagem
Duração: 2h49min
Elenco: Tom Cruise, Simon Pegg, Hayley Atwell, Pom Klementieff, Hannah Waddingham, Tramell Tillman, Esai Morales